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A Embrapa Agroenergia está investindo em pesquisas sobre pirólise, um processo termoquímico usado para aproveitamento energético da biomassa. Os trabalhos contam com a parceria do Agricultural Research Service (ARS), vinculado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Na construção dessa cooperação internacional, a Unidade contou com suporte da equipe do laboratório virtual da Embrapa naquele país – Labex/EUA.
De 16 a 20 de julho, esteve no Brasil o pesquisador Akwasi Boateng, do Eastern Regional Research Center (ERRC), unidade do ARS localizada em Wyndmoor, Pennsylvania. Junto com a equipe do centro de pesquisa brasileiro, ele elaborou um plano de trabalho conjunto para pelo menos três anos.
As ações serão focadas no estudo do processo de pirólise com resíduos de interesse do Brasil, começando pelos de eucalipto. Durante esse período, membros da equipe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Agroenergia vão trabalhar junto com Boateng, em programas de pós-doutorado. O primeiro colaborador deve viajar já em janeiro de 2013. O Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza, ressalta que o fortalecimento da parceria com o ARS/USDA é prioridade nos trabalhos internacionais de 2012. O centro de pesquisa americano já trabalha com a Embrapa nas pesquisas com florestas energéticas.
O processo de pirólise rápida tem sido estudado sob a perspectiva de adensamento energético, com potencial impacto positivo na viabilização da utilização de biomassa como fonte de energia e de outros produtos, por meio da implementação de uma logística favorável de coleta, pré-tratamento e transporte para o local de processamento (unidades centralizadas de maior escala). Esse processo gera o óleo de pirólise (bio-óleo), que pode ser utilizado como óleo combustível para caldeiras ou constituir matéria-prima para a produção de calor, eletricidade, produtos químicos e biocombustíveis líquidos.
Boateng conta que, com o apoio do governo dos Estados Unidos, uma joint venture formada por uma empresa canadense e uma americana está sendo instalada no Havaí para produzir biocombustíveis a partir do bio-óleo. Mais duas companhias também já anunciaram que vão começar a trabalhar com o produto em escala comercial. De acordo com o pesquisador, nos Estados Unidos, o bio-óleo refinado tem sido adicionado aos óleos vegetais na proporção de 2% para fornecer compostos aromáticos à mistura e produzir bioquerosene de aviação.
Para o pesquisador do ARS/USDA, o principal desafio das pesquisas com pirólise é reduzir o teor de oxigênio do bio-óleo, que torna o produto instável e ácido, reduzindo suas possibilidades de utilização como combustível. Atualmente, os materiais que estão sendo estudados nos Estados Unidos para aproveitamento por meio de pirólise são: o colmo, o sabugo e a palha do milho, a cama de aviários, dejetos de bovinos e equinos, gramíneas perenes e resíduos florestais. Boateng vê, no Brasil, potencial para utilização de vários materiais, entre eles o bagaço da cana.
No período em que esteve na Embrapa Agroenergia, Boateng conheceu a Universidade de Brasília e a Embrapa Cerrados, onde visitou os campos experimentais de cana-de-açúcar, macaúba e palma-de-óleo (dendê). Além dos técnicos da Embrapa, ele também discutiu seu tema de trabalho com o professor Jorge Otávio Trierweiler, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trierweiler e o pesquisador do ARS/USDA ministraram palestras para a equipe da Embrapa Agroenergia.
A visita de Boateng e o trabalho em parceria começaram a ser articulados em maio deste ano, quando, com apoio do Labex/EUA, o chefe-geral, Manoel Souza, e o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, visitaram o Eastern Regional Research Center (ERRC) e a unidade de Illinois do ARS/USDA.
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