PIB do agronegócio acumula avanço de 2,42% no primeiro bimestre de 2020

Ramo agrícola subiu 1,33% no mesmo período na comparação com o primeiro bimestre de 2019

13.05.2020 | 20:59 (UTC -3)
Cepea

O PIB do agronegócio brasileiro registrou alta de 1,2% em fevereiro, segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Com isso, a elevação no acumulado do ano é de 2,42%.

Segundo pesquisadores do Cepea, pela ótica dos segmentos, o PIB do setor tem sido impulsionado principalmente pelo primário (ou “dentro da porteira”), que cresceu 3,86% no acumulado do bimestre. A agroindústria e os agrosserviços também tiveram alta, com redução do PIB apenas para o segmento de insumos. Pela perspectiva dos ramos, tanto o agrícola quanto o pecuário acumularam crescimentos no período, com destaque para o pecuário, com 4,61%.

Para o ramo agrícola, o crescimento de 1,33% no bimestre refletiu sobretudo a alta do PIB do segmento primário, de 3,92%. Para esse segmento, considerando a média ponderada das diversas culturas acompanhadas, espera-se aumento de 3,57% na produção. Além da bienalidade positiva para o café, a Conab aponta que a safra de grãos deverá ser recorde, mesmo com os problemas climáticos no Rio Grande do Sul e com a pandemia da covid-19. Somado ao incremento de produção, o PIB também tem sido impulsionado por preços favoráveis: o preço médio das culturas acompanhadas subiu 6,59% na comparação entre os primeiros bimestres de 2019 e de 2020. No caso dos preços, a elevação foi influenciada pelos comportamentos das cotações de café, soja, milho e arroz.

No caso do ramo pecuário, os resultados ainda não contemplam dados relativos a volume de produção da maior parte das atividades, e, desse modo, o bom desempenho retratado reflete o comportamento dos preços, que foi favorável às cadeias pecuárias na comparação entre os primeiros bimestres de 2019 e de 2020. Em partes, o elevado patamar de preços nos primeiros meses de 2020 refletiu um efeito inercial da forte elevação verificada ao longo de 2019, resultado da demanda internacional aquecida pelas carnes bovina e suína e do consequente aumento no preço doméstico de proteínas substitutas, como a carne de frango e os ovos.

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