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Um grupo de pesquisadores, ligados ao Laboratório de Patologia Florestal da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (FCA), câmpus de Botucatu, sob a coordenação do professor Edson Luiz Furtado, acaba de lançar o livro de bolso “Doenças do Eucalipto no Brasil”.
A publicação tem como objetivo facilitar a identificação preliminar dos sintomas de doenças do eucalitpto pelo produtor, ainda no campo e será lançado durante a 13ª Reunião Técnica do PROTEF - Atualização em Proteção Florestal, realizada dias 16 e 17 de abril, em Vitoria da Conquista-BA.
A idéia da publicação teve origem a partir do Projeto de Manejo Integrado de Doenças (MID) da FCA que detectou uma demanda de diversas empresas florestais na diagnose de campo de doenças do eucalipto, seja nos viveiros de mudas ou nas áreas de cultivo.
Os editores privilegiaram o aspecto prático, publicando um material em formato pequeno, fartamente ilustrado, de fácil consulta e interpretação para possibilitar a pré-diagnose das patologias durante as visitas de monitoramento a campo.
Cada doença é apresentada com fotografias detalhadas das plantas mostrando detalhes de folhas, raízes ou caules atingidos. Além disso, são identificados os agentes causais, os sintomas e as características de cada patologia. “O material oferece plenas condições para que o produtor faça uma pré-diagnose do seu problema. Em caso dos indícios se confirmarem, ele pode enviar amostras do material para a diagnose em laboratório e receber a respectiva recomendação de tratamento”, explica o professor Furtado.
No final do livro são apresentadas instruções detalhadas sobre o procedimento adequado que o produtor deve realizar para a coleta e a remessa de material vegetal para a análise patológica no Laboratório de Patologia Florestal da FCA.
O livro pode ser adquirido junto à área de Defesa Fitossanitária da FCA pelos telefones (14) 3811-7167/ 3811-7205.
Pelo menos três doenças estão se disseminando de maneira preocupante nas plantações de eucalipto de várias regiões do país. A primeira delas se manifesta através das manchas foliares causadas por bactérias Xanthomonas spp e Pseudômonas spp.
A doença começou a ser observada a partir de 2002 no Espírito Santo e sul da Bahia. Devido a trocas de materiais e mudas entre empresas, as duas bactérias se disseminaram por várias regiões do país.
Normalmente a doença surge ainda nos jardins clonais e pode gerar problemas em outros estágios do desenvolvimento das plantas. “A doença já pode causar algum dano na casa de vegetação, no momento em que as mudas enraízam”, explica o professor Furtado. “Mas a patologia, normalmente, atinge a planta de uma maneira mais contundente causando uma desfolha intensa no momento da aclimatação, antes de ir ao campo. Em regiões mais secas, a doença não progride. Nas regiões com maior umidade, o desfolhamento permanece no campo”.
O manejo da doença também é complicado. O professor Furtado ressalta que o produtor precisa tomar cuidados especiais com a irrigação, cobrir o jardim clonal e fazer um manejo com bactericidas. “Não é um procedimento barato, mas é uma exigência. Se os jardins clonais estiverem descobertos no período chuvoso podem acontecer danos da ordem de 30% das mudas. Além do perigo de disseminar a doença com a distribuição das mudas para outras regiões”.
Ainda mais preocupante é a chamada Murcha vascular, causada pela Ralstonia solanacearum bacteriose que atinge principalmente as plantas no campo. Quando ataca viveiros, ela pode dizimar as mudas, pois ataca diretamente o sistema vascular das plantas.
De fácil transmissão, a bacteriose se dissemina até pelo material de corte utilizado para repicar as mudas. Ela se manifesta como pequenas murchas e queimas de bordas que podem ser confundidas com falta d`água. Quando se instala definitivamente, a planta entra em colapso e morre.
A doença é facilmente identificável atrávés da presença de pus bacteriano, semelhante ao presente nos ferimentos humanos, após o corte dos troncos das árvores. “Uma vez identificada a bacteriose o único caminho é a erradicação da planta e do entorno. No caso de mudas, além das plantas, todo o substrato deve ser descartado”, informa o professor Furtado. “A campo é necessário erradicar as plantas e do entorno e proceder a retirada dos tocos. Se isso não for feito a bactéria pode ficar na área e contaminar as novas plantas durante muitos anos”.
Por fim, a terceira ameaça à cultura de eucaliptos tem sido a Murcha de ceratocistis, causada pelo fungo Ceratocystis fimbriata originário das mangueiras.
Em monitoramente realizado em 2001, não foram encontrados focos da doença em eucaliptos no Estado de São Paulo. Em 2007, começaram a aparecer focos em diferentes regiões do Estado. Dentre os sintomas da murcha estão a perda de coloração da folhagem e a murcha das folhas, que secam e ficam presas aos ramos, adquirindo uma coloração palha.
O professor Furtado recomenda atenção e cuidados no manejo para que os produtores possam garantir o rendimento dos seus cultivos. “Essas doenças são preocupantes e podem causar danos importantes, comprometendo seriamente a produção. Cuidados no manejo, monitoramento constante e detecção rápida e exata dos problemas são fundamentais para quem quer produzir de maneira rentável”.
Fontes: Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu (FCA) e Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF) -
/ (14)3882-7373 - ramal 4
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