Pesquisadora da Embrapa é condecorada na Coréia e na China

A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arailde Fontes Urben, acaba de retornar da Coréia do Sul e da China após passar dois meses visitando diversas universidades e centros de pesquisa. Durante esse período, recebeu diversas condecorações de ambos os países.

 

A viagem começou no dia 13 de setembro, quando embarcou para a cidade de Jecheon, na Coréia do Sul, para participar do “World Oriental Medicine-Bio – EXPO 2010”, exposição que homenageou os dois mil anos da medicina oriental coreana. A participação da Embrapa no evento foi organizada pelo Labex Coreia (Laboratório Virtual no Exterior) e pela Embaixada do Brasil e teve como foco as pesquisas de conservação e uso de recursos genéticos vegetais em prol do desenvolvimento sustentável da agricultura.

 

Em seguida, a pesquisadora seguiu para a cidade de Suwon, 40 km ao sul da Capital Seul, onde permaneceu por aproximadamente um mês na sede da RDA – Agência de Desenvolvimento Rural da Coréia, realizando treinamento específico em cruzamento genético de cogumelos. Ainda na RDA, ministrou a palestra “Adaptação da técnica Jun-cao ao cultivo de cogumelos nas condições brasileiras” (em 8 de outubro), durante o Seminário da Divisão de Pesquisas com Cogumelos.

 

No dia 13 de outubro, a pesquisadora seguiu para a cidade de Fuzhou, na China, onde atuou como professora visitante temporária. Nesse período, ministrou oito aulas na Universidade Agrícola e Florestal (FAFU).

 

Em seguida, foi para a cidade de Ningde, também na China, onde ministrou as palestras “A cultura e a agricultura brasileira” (18/10) e “Aplicação da tecnologia Jun-cao no Brasil e o uso nutricional e medicinal dos cogumelos” (em 20/10). O público-alvo foram os estudantes e professores do Departamento de Biologia da Universidade Normal de Ningde. Nesse mesmo período também ministrou duas aulas na Universidade de Longyan (China).

 

Retornou para Fuzhou, onde participou dos seguintes eventos: Simpósio Internacional da Indústria de Jun-cao; Fórum sobre a ação do Ganoderma nas pesquisas antitumorais e Seminário sobre o desenvolvimento da indústria Jun-cao nos países em desenvolvimento. Durante esses eventos, ministrou as seguintes palestras: “Adaptação da técnica Jun-cao ao cultivo de cogumelos nas condições brasileiras” (em 30/10); “Aspectos medicinais do Ganoderma lucidum” (em 03/11); “Pragas no cultivo de cogumelos e seu controle” e “Cogumelos funcionais e sua importância para a saúde humana” (em 05/11).

 

“Foi muito gratificante participar de todos esses eventos, pois pude aperfeiçoar mais os meus estudos sobre a tecnologia Jun-cao de cultivo de cogumelos e a caracterização molecular de algumas espécies”, afirmou Arailde.

 

Técnica Jun-Cao – A técnica chinesa Jun-Cao foi trazida e adaptada para o Brasil em 1995 pela pesquisadora Arailde Urben. Segundo ela, a vantagem desse método é tornar o cultivo de cogumelos mais barato e ambientalmente mais saudável, já que utiliza como substrato gramíneas ao invés de troncos de madeira e serragem, utilizados nos meios de cultivo tradicionais.

 

De lá para cá, a pesquisadora vem trabalhando no aprimoramento da técnica; na formação de um banco de cogumelos para uso humano, que hoje conta com mais de 300 espécies, e na promoção de, no mínimo, dois cursos por ano para produtores de todo o Brasil para disseminar o uso dessa tecnologia.

 

Saiba mais sobre a pesquisadora – Arailde Fontes Urben é uma das mais importantes autoridades em cogumelos comestíveis e medicinais no Brasil hoje. Formada em história natural pela Universidade Federal de Pernambuco, com mestrado em fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa, e doutorado em biologia pela Universidade de Birmingham, Inglaterra.

 

É pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 45 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, localizada em Brasília, DF, há 36 anos. Tem experiência na área de Fitopatologia, com ênfase em Micologia, atuando principalmente nos seguintes temas: fungos fitopatogênicos, fungos exóticos, fungos comestíveis e medicinais (macromicetos).

 

Irene Lôbo

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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