Pesquisador da Embrapa fala de controle biológico em conferência no Peru

03.12.2009 | 21:59 (UTC -3)

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Luiz Alexandre Nogueira de Sá participou da conferência Intercambio de Bioagentes de Control via Sistema Cuarentenario en Brasil durante a 51ª Convención Nacional de Entomologia, realizada na Universidad Nacional Agraria La Molina em Lima, Peru.

A conferência foi patrocinada pela Sociedad Entomológica del Peru, e ocorreu de 9 a 12 de novembro de 2009.

Sá, em sua palestra, enfatizou a importância da garantia da segurança de cada introdução de agentes de controle biológico num novo ecossistema receptor. Os laboratórios de quarentena ao redor do mundo tem papel relevante neste contexto.

Segundo o pesquisador, “o interesse pelos programas de controle biológico de pragas tem crescido consideravelmente no mundo em resposta aos efeitos adversos dos agroquímicos sobre o meio ambiente e a saúde humana e também em função do novo direcionamento internacional da produção agrícola, no sentido de favorecer a conservação e o uso sustentável dos recursos biológicos, requisitos básicos da Convenção da Biodiversidade”.

Políticas internacionais demandam alternativas para os agroquímicos e o uso de inimigos naturais de pragas é promissor nesse sentido.

“Essa biodiversidade de inimigos naturais (organismos benéficos) pode oferecer uma oportunidade ímpar para o controle biológico de pragas no Brasil, como também em outros países do mundo, com a identificação de novos organismos vivos com potencial de serem utilizados. São de enorme valor para a agricultura sustentável, e podem, frequentemente, substituir ou reduzir a necessidade de utilização dos agroquímicos”, diz.

Para Sá, isso também é válido para o Cone Sul, que é conhecido mundialmente por suas atividades de controle biológico de pragas, com alguns programas de sucesso, utilizando-se tanto de artrópodes, ácaros e nematóides, como microrganismos. Estes agentes liberados em um determinado país podem se dispersar livremente para os vizinhos que compartilham do mesmo ecossistema.

“Toda essa movimentação de material biológico envolve um risco potencial de introdução de novos organismos pragas em áreas onde estes ainda não estejam presentes. Neste processo, sempre há o risco, por menor que possa ser, de se introduzir contaminantes junto com os organismos benéficos. Portanto, a garantia na segurança de cada introdução num novo ecossistema é de vital importância”, alerta o pesquisador.

Sá contatou equipes de pesquisadores de laboratórios de entomologia, quarentena, produção massal de insetos e de controle biológico de pragas. Também visitou a Universidad Nacional Agraria La Molina – Facultad de Agronomia, conheceu os responsáveis pela Quarentena peruana localizada no Senasa - Servicio Nacional de Sanidad Agrária, do Ministerio de Agricultura, além de visitar o CIP - Centro International de La Pappa e o Inia - Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária do Peru.

Este intercâmbio de experiências entre os dois países possibilitará futuros projetos de pesquisa envolvendo o Laboratório de Quarentena “Costa Lima”, da Embrapa Meio Ambiente e as instituições peruanas. “Será de muita importância a utilização conjunta de bioagentes para o controle biológico efetivo das pragas exóticas com potencial de entrada na América do Sul”, conclui o pesquisador.

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

/ 19.3311.2608

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