Trigo e cevada poderão ter produção acima da expectativa no RS
A área de cultivo do trigo alcançou 1.458.026 hectares no Estado
O pesquisador Marcelo Morandi está representando a Embrapa na 27ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP27), que ocorre de 6 a 18 de novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito. Morandi integra a delegação brasileira de negociação, a convite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Embora o Brasil tenha levado ao Egito a ideia de que o país é parte da solução para a preocupante crise energética do mundo, pelo acesso a meios e a fontes renováveis de energia - biomassa e eólica, Morandi explica que o setor agropecuário também tem grande potencial de contribuição para conter o aquecimento do clima, aumentar a resiliência e garantir a produção sustentável de alimentos, bem como salvaguardas importantes para garantir a segurança alimentar.
Nas negociações climáticas, no contexto da Convenção das Partes das Nações Unidas (UNFCCC), Morandi é um dos negociadores que integram o grupo de Trabalho Conjunto de Koronivia (KJWA), que debate a necessidade de promover investimentos na adaptação da agricultura para aumentar e manter a resiliência dos sistemas de produção e, com isso, a assegurar a segurança alimentar.
“Nesta Conferência das Partes há grandes esperanças de progresso na implementação e financiamento da adaptação. Mecanismos de transparência também estarão em foco”, declara. Morandi ressalta ainda que na COP27 será proposto a continuação dos trabalhos de Koronivia, com foco em implementação de ações discutidas ao longo dos últimos anos, visando cuidar da adaptação e seus co-benefícios, garantindo a resiliência da agricultura e a segurança alimentar, uma oportunidade para o Plano ABC+.
O plano deve contemplar um conjunto de atividades relacionadas ao setor agropecuário, adaptadas às especificidades climáticas e socioambientais, regionais e locais. Deve ser adequado e colaborativo e trazer experiência do que já foi produzido a partir de soluções no Brasil e em outros países. Esta é uma iniciativa que está alinhada com outros países da América Latina e do Caribe, criando uma posição regional comum que será apresentada nas negociações da COP 27.
Conforme ressalta o pesquisador da Embrapa, as negociações estão apenas começando e as expectativas para a 27ª COP são avanços de consistentes relacionados a transparência, (fator que implica necessariamente em promover melhorias no inventário nacional), adaptação e financiamento.
Ele explica que deverão ocorrer progressos significativos na definição das regras para a implementação dos mecanismos de cooperação para cumprimento das metas climáticas nacionais, previstos no Artigo 6° do Acordo de Paris, para estabelecimento do quadro de funcionamento.
“A implementação do Acordo de Paris e outros mecanismos da convenção é a palavra central aqui, contudo, as negociações multilaterais são sempre complexas e devem incorporar as muitas peculiaridades das partes contratantes”, pondera.
Segundo ele, o Brasil tem participado ativamente das discussões, trazendo o essencial para mostrar o progresso da agricultura tropical, “mas ainda há muito o que fazer”. Para ele, sustentabilidade é uma jornada, não um episódio, onde agora estão imersos os líderes do Brasil e de vários países.
“Investir em ciência e tecnologia e tratar a produção e a preservação como elementos de uma mesma equação é o caminho que devemos seguir”.
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