Trigo e cevada poderão ter produção acima da expectativa no RS

A área de cultivo do trigo alcançou 1.458.026 hectares no Estado

10.11.2022 | 16:48 (UTC -3)
Rejane Paludo/Emater RS-Ascar
A área de cultivo do trigo alcançou 1.458.026 hectares no Estado; Foto: Wenderson Araujo/CNA
A área de cultivo do trigo alcançou 1.458.026 hectares no Estado; Foto: Wenderson Araujo/CNA

A área de cultivo do trigo alcançou 1.458.026 hectares no Estado. A cultura está em final de ciclo, com a maior parte das lavouras em maturação e pronta para a ceifa. De acordo com o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (10/11) pela Emater/RS-Ascar, o índice colhido alcançou 37% da área cultivada.

Além da elevada produtividade, o produto colhido apresenta alta qualidade, com elevado peso hectolitro (PH), comparativamente com as safras dos anos anteriores. A produtividade estimada é de 3.210 kg/ha. Contudo, há possibilidade de aumento nessa expectativa de produção à medida que a colheita evoluir.

Na cevada, a produtividade atual estimada é de 3.237 kg/ha. Também não se descarta uma alteração positiva nessa estimativa, face aos resultados de colheita ainda em obtenção. A área de cultivo é de 37.500 hectares. A cultura aproxima-se do final do ciclo. As lavouras em final de enchimento de grãos são apenas 25%; em maturação, 45%; e foram colhidas 30%.

Segundo o serviço de classificação prestado pela Emater/RS-Ascar, para a maior empresa cervejeira do país, a produtividade entre os produtores integrados, localizados no Planalto e Alto Uruguai, aproxima-se de 4.200 kg/ha. A qualidade da safra é considerada excelente, apresentando em torno de 95% de primeira qualidade (peneira 2,5mmx22mm + 2,8mmx22mm), assim como o percentual de germinação, que está acima de 95%. Outro fator positivo é a baixa presença de micotoxinas (Desoxinivalenol), que está abaixo dos limites permitidos pela legislação que regula a produção de cervejas.

Culturas de inverno

Canola

A área de cultivo é de 53.415 hectares. A estimativa de produtividade atual é de 1.638 kg/ha. Estima-se que 70% das lavouras foram colhidas, e o restante está maduro ou em processo final de maturação.

Aveia branca grãos

A área de cultivo é de 350.641 hectares. A produtividade prevista é de 2.478 kg/ha. Houve avanço significativo da colheita. As lavouras colhidas totalizam 58%; em maturação, 38%; e finalizando o enchimento de grãos, 4%.

Culturas de verão

Soja

A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha e a produção é de 20.563.989 toneladas. A semeadura da cultura alcançou 17% no Estado. As lavouras em estabelecimento apresentam boa emergência, mas o hipocótilo está mais curto, provavelmente como reflexo das baixas temperaturas. O hipocótilo é o responsável pela elevação dos cotilédones acima da superfície dos solos, e com eles mais curtos os cotilédones e as folhas unifoliadas permanecem muito próximos ao chão, dando impressão de baixo desenvolvimento da cultura.

Milho

A cultura segue em implantação. A evolução da operação foi lenta, atingindo apenas 2% no período, devido ao escalonamento e à atenção dos produtores a outras culturas. O desenvolvimento é adequado, em que pese alguns efeitos das temperaturas mais baixas, como a diminuição do porte de plantas e os danos, em algumas lavouras, causados pelas geadas ocorridas em 02/11. A fase predominante é o desenvolvimento vegetativo, mas 11% das lavouras iniciaram o processo reprodutivo, que demanda maior suprimento de água para manter o potencial produtivo. A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade esperada é de 7.337 kg/ha.

Milho silagem

A área semeada representa 50% da projetada e, desse total, 92% encontram-se em desenvolvimento vegetativo e 8% em floração. Devido à sequência de dias mais frios, as lavouras apresentam um porte mais baixo, mas com excelente população de plantas por hectare, que poderá compensar no volume colhido para manutenção da produtividade.

A área estimada de milho destinado à silagem para a safra 2022/2023 no Rio Grande do Sul é de 365.467 hectares. A produtividade estimada permanece em 37.857 kg/ha.

Arroz

A área estimada de arroz pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga) é de 862.498 hectares. A produtividade projetada é de 8.226 kg/ha. A cultura está com estimativa de 83% de implantação. Nos extremos Sul e Oeste do Estado, os trabalhos de semeadura já estão próximos da finalização, enquanto que nas regiões Centro e Leste o estabelecimento é de menor proporção.

As lavouras encontram-se em fases iniciais de desenvolvimento e as temperaturas ocorridas abaixo do ideal poderão interferir negativamente no seu desenvolvimento.

Feijão 1ª safra

A área projetada de feijão 1ª safra é de 30.561 hectares. A produtividade estimada permanece em 1.701 kg/ha.

Olerícolas

Alface

Em São José do Hortêncio, na regional de Lajeado, a ocorrência de dias consecutivos de intensa umidade em outubro provocaram perdas na ordem de até 30% para alguns produtores. Observa-se uma sensível redução nos preços das variedades crespa e americana. A cotação média da alface, na Ceasa de Porto Alegre, para as variedades crespa e lisa é R$ 8,00/dz. e da americana, R$ 10,00/dz.

Na de Porto Alegre, a oferta de folhosas – brássicas e alface – ainda está em alta; as temperaturas amenas favoreceram a produção. O preço da alface reduziu, o valor é de R$ 8,00/dz.

Cebola

Na regional de Pelotas, a colheita de cebolas precoces, em São José do Norte, atingiu 10% da área e em Rio Grande 1%. O produto é destinado ao mercado e não passa pelo procedimento normal de cura a campo. As produtividades estão dentro do esperado, considerando a precocidade das cultivares, mas atingindo tetos de 25 mil a 30 mil kg/ha. Os valores pagos ao produtor estão entre R$ 2,80 e R$ 3,50/kg, com algumas negociações chegando a R$ 4,00/kg. A cultura está predominantemente em bulbificação. Continuaram as aplicações semanais de fungicidas para evitar doenças e o monitoramento de pragas.

Na de Soledade, inicia a colheita de cebola. Segue o monitoramento de pragas e doenças; o míldio é a principal doença nesta safra na região. Os cultivos tardios seguem em fase de formação do bulbo.

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