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Neste primeiro domingo de junho, dia 4, será mais uma vez comemorado o Dia Nacional do Vinho, data criada em 2017, a partir de projeto de lei aprovado no Senado Federal. Para celebrar, as vinícolas e os restaurantes costumam programar uma série de eventos comemorativos para promover o consumo de rótulos brasileiros. E para marcar também a data, a Embrapa faz também um balanço das principais contribuições da pesquisa brasileira para o desenvolvimento e a valorização da vitivinicultura no país.
A criação da Embrapa Uva e Vinho, na cidade gaúcha de Bento Gonçalves, inicialmente teve como objetivo viabilizar a produção de uvas e vinhos no Estado do Rio Grande do Sul, como uma continuidade ao trabalho iniciado em 1937 com o Laboratório Central de Enologia. Seus desafios incluíam gerar tecnologias para alavancar a produtividade da vitivinicultura gaúcha; estabelecer sistemas de manejo da videira, desde os nutricionais até o combate a doenças e pragas; identificar padrões de qualidade e estabelecer tipologia para sucos, vinhos e destilados, além de estimular a introdução, criação, seleção e formação de material vegetativo livre de vírus e contribuir para o aumento da extração e do aproveitamento dos resíduos enológicos.
As dimensões continentais e a diversidade do Brasil, com diferentes climas, solos e culturas, também está representado nas uvas e vinhos elaborados de norte a sul do país. Graças à pesquisa e ao olhar atento dos cientistas que integram a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, aliado às parcerias com outras instituições. No ano em que a Embrapa completou 50 anos, o Brasil vitivinícola transcendeu as expectativas da diretoria que criou o Centro de Pesquisa em 26 de agosto de 1976.
Em 1985, sua atuação passou a ser nacional, garantindo que as ações de pesquisa avançassem por outras regiões brasileiras e possibilitando que o Brasil seja o único país do mundo onde há três tipos de viticultura (tradicional, tropical e vinhos de inverno), para produção de uvas, sucos e vinhos. Além da condição básica dos diferentes climas e solos, a pesquisa foi fundamental para garantir essa realidade. “O envolvimento da equipe de pesquisa e do setor produtivo foi fundamental para o avanço da vitivinicultura, que hoje já não tem mais fronteiras. Temos tecnologias para produzir em todo o território nacional”, afirma o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho Adeliano Cargnin.
Parte deste espírito fez com que o Brasil conquistasse a primeira Indicação de Procedência (IG) de vinhos de regiões tropicais do mundo em 2022. “O Brasil é um destaque no cenário internacional nas pesquisas na viticultura tropical, produção que também ocorre em países como a Tailândia, Índia, Myanmar (antiga Birmânia) e Venezuela. Receber e compartilhar em cada garrafa que ostentará o selo da Indicação Geográfica significa a garantia da origem e da qualidade dos produtos elaborados”, destaca o pesquisador Giuliano Elias Pereira que coordenou equipe de diferentes entidades.
Além de liderar a conquista da primeira Indicação mundial de vinhos tropicais, a Embrapa Uva e Vinho também foi pioneira na introdução do conceito de Indicação Geográfica no Brasil, com o trabalho desenvolvido em conjunto com os produtores do Vale dos Vinhedos reunido na Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale). O Vale dos Vinhedos foi a primeira indicação geográfica reconhecida do Brasil. Em 2002 obteve do INPI o registro de Indicação de Procedência (IP) e, em 2012, foi reconhecida a
“O reconhecimento de Indicações Geográficas de vinhos brasileiros estabeleceu um novo capítulo da vitivinicultura nacional, valorizando produtos tradicionais de determinados territórios, possibilitando a proteção da região produtora e garantindo aos consumidores vinhos diferenciados, atendendo requisitos específicos de produção de cada Indicação”, destaca Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e responsável pela coordenação das atividades, que como uma das últimas conquistas tem a denominação de origem (DO) Altos de Pinto Bandeira, a primeira do Hemisfério Sul a se dedicar exclusivamente à produção de espumante natural, também obtida em 2022.
Além de estar presente nas diferentes regiões para apoiar os produtores e viabilizar as pesquisas para garantir uma produção sustentável, a Embrapa Uva e Vinho também garantiu que os produtores de 21 estados brasileiros sejam amparados pelo novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático da Uva (ZARC Uva), com a unificação de critérios e garantia aos produtores de uma produção de uvas mais segura, pois podem contar com o Proagro e com o Seguro Agrícola.
Buscando oferecer alternativas mais competitivas para o setor produtivo, desde 1977, a Embrapa Uva e Vinho implantou o Programa de Melhoramento Genético da Embrapa, o ‘Uvas do Brasil’, voltado para a obtenção de cultivares adaptadas ao clima e solo nas diferentes regiões brasileiras. Desde a sua concepção, o programa tinha como objetivo identificar as principais dificuldades no dia a dia dos viticultores, com especial atenção à adaptação das cultivares ao clima brasileiro e desenvolver alternativas para aumentar a competitividade dos produtores em três grandes eixos: uvas de mesa (para consumo in natura preferencialmente sem sementes), uvas para elaboração de suco e para vinho. O Programa já lançou 21 cultivares para mesa, suco e vinho que apresentam diferenciais para os produtores, como elevada produtividade, diferentes ciclos de produção, alta resistência a doenças, maiores concentrações de açúcares, aromas e sabores.
Merece destaque a ‘BRS Vitória’, cultivar de uva de mesa preta, sem sementes que conquistou brasileiros e estrangeiros e promoveu uma verdadeira revolução no semiárido brasileiro aumentando a competitividade dos viticultores localizados no principal polo produtor e exportador de uvas de mesa do Brasil. Atualmente representa 30% do cultivo na região.
Além dos avanços na consolidação da vitivinicultura em regiões tradicionais, a Embrapa Uva e Vinho ofereceu suporte tecnológico e possibilitou a expansão da vitivinicultura em novos pólos de produção, com ênfase nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Destaque para a oferta de cultivares, como a ‘BRS Magna’ e ‘Isabel Precoce', com aptidão para a produção de suco de uva em regiões com clima tropical; orientação em sistemas de produção ou mesmo ajustes nos métodos de elaboração de produtos.
Para o desenvolvimento das novas cultivares, a empresa estruturou o maior acervo de germoplasma de videira da América Latina chamado de Banco Ativo de Germoplasma da Uva, com mais de 1500 acessos. Com base nesse acervo, através de métodos clássicos de melhoramento são desenvolvidas novas cultivares.
Desde a criação da Unidade, diversas ações de pesquisas foram realizadas para qualificar a produção de material vegetativo a partir do trabalho pioneiro de limpeza clonal realizada pelas equipes de virologia e de cultura de tecidos na década de 80. A partir do domínio dessas técnicas, foi estabelecido um Programa Nacional com o objetivo de disponibilizar material básico de videira com qualidade fitossanitária superior, em parceria com viveiristas acompanhados por um sistema de certificação voluntário. Através do programa, a Embrapa atua em parceria com a Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (APASSUL) na capacitação e acompanhamento técnico de viveiristas, que automaticamente disponibilizam materiais genéticos de alta qualidade e potencial produtivo dentro de padrões internacionais.
Além de todas essas conquistas, a unidade segue trabalhando em prol da vitivinicultura nacional, tendo como desafios imediatos apoiar o Ministério da Agricultura e Pecuária na divulgação e implementação do SIVIBE (Sistema de Informações da Área de Vinhos e Bebidas) nas diferentes regiões produtoras, novas ações direcionadas para a agricultura digital, trabalho com resíduos da indústria vinícola.
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