Pesquisa da UFMT aponta ganhos na soja com calcário e gesso

Resultados da safra 2024/25 mostram aumento de produtividade e melhora no peso dos grãos

05.09.2025 | 16:25 (UTC -3)
Widson Ovando, edição Revista Cultivar

Um projeto experimental conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), avaliou o impacto do calcário dolomítico e do gesso agrícola na cultura da soja em área comercial no município. Os primeiros resultados da safra 2024/2025 já indicam respostas positivas no primeiro ciclo de cultivo.

O estudo foi realizado em 64 parcelas experimentais, com diferentes combinações de doses de calcário e gesso aplicadas superficialmente antes da semeadura. A variedade utilizada foi a Olimpo IPRO (80i82), cultivada em sistema de plantio direto. O ciclo da soja teve início em 20 de outubro e foi concluído com a colheita em 6 de fevereiro, totalizando 109 dias.

O experimento faz parte da Cooperação nº 0251/2024 Fapemat/UFMT, Bolsa de Iniciação Científica (IC) da área de Ciências Agrárias, conduzida pelo discente Luis Marciano Toniazzo Putton e coordenada pelo professor Cassiano Spaziani Pereira. O estudo, intitulado “Aplicação de Gesso Agrícola sobre os componentes de produtividade da cultura da soja”, avaliou indicadores como altura das plantas, diâmetro do caule, número de vagens, número de grãos por vagem, peso de mil grãos, produtividade final, além de análises laboratoriais relacionadas a clorofila, transpiração relativa e nutrição da planta.

Entre os principais resultados, os pesquisadores observaram que a aplicação de calcário contribuiu para aumento da produtividade já na primeira safra, mostrando efeito imediato na correção da acidez do solo. O uso do gesso agrícola elevou o peso médio dos grãos, melhorando a qualidade do produto colhido, e as plantas que receberam o insumo apresentaram tendência de maior altura.

O levantamento também registrou redução nos teores de cobre e ferro nas folhas em tratamentos com doses mais elevadas de calcário. Esse efeito está relacionado ao aumento do pH do solo, que pode diminuir a disponibilidade desses micronutrientes, reforçando a necessidade de monitoramento nutricional contínuo e uso equilibrado dos corretivos.

Segundo o coordenador da pesquisa, professor Cassiano Spaziani Pereira, “os resultados sugerem que produtores da região, sobretudo em áreas de solos ácidos e baixa saturação por bases, podem se beneficiar da aplicação de calcário e gesso já na primeira safra. No entanto, os efeitos mais consistentes tendem a ocorrer de forma acumulativa ao longo dos anos, em função da interação gradual com o perfil do solo”.

O estudo integra um projeto de iniciação científica envolvendo estudantes de Agronomia da UFMT, sob orientação de professores e pesquisadores do campus de Sinop. A equipe pretende dar continuidade ao monitoramento nas próximas safras, avaliando a evolução da fertilidade do solo, a fisiologia das plantas e a dinâmica de nutrientes.

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