Pesquisa da NASA constata que 2010 foi o ano mais quente

14.01.2011 | 21:59 (UTC -3)

A temperatura da superfície da terra em 2010, comparada a 2005, foi registrada como a mais quente, de acordo com uma análise divulgada pelos pesquisadores do Instituto Goddard de estudos Espaciais da NASA (GISS, sigla em inglês), em Nova York.

 

Os dois anos se diferem por menos de 0.018 graus Fahrenheit, o que equivale a 1,777 ºC. A diferença é menor do que a incerteza, em comparação às temperaturas dos últimos anos, colocando em um empate estatístico. Na nova análise, os próximos anos mais quentes são: 1998, 2002, 2003, 2006, 2007 e 2009, no qual estão estatisticamente empatados em terceiro ano mais quente. O recorde GISS iniciou em 1880.

 

Os pesquisadores acharam 2010 aproximadamente 1.34F mais quente do que a média da temperatura da superfície global de 1950 a 1980. Para medir as temperaturas climáticas, os cientistas analisaram tendências de longo prazo. A tendência de temperatura, incluindo dados de 2010, mostra que o clima aumentou aproximadamente 0.36 F por década, desde 1970.

 

“Se o aquecimento das temperaturas continuar, como é o esperada, se os gases do efeito estufa continuarem a crescer, o recorde de 2010 não vai se estender por muito tempo”, diz o diretor do GISS, James Hansen.

 

A análise produzida no GISS é compilada a partir de dados climáticos de mais de 1.000 estações meteorológicas em todo o mundo, observações por satélite da temperatura da superfície do mar e as medições da estação de pesquisa da Antártica. Um programa de computador usa os dados para calcular as anomalias de temperatura – a diferença entre a temperatura da superfície em um determinado mês e a temperatura média do mesmo período de 1951-1980. Essas três décadas atuam como um período de base para a análise.

 

Os resultados das temperaturas obtidas combinam com outras produções independentes do Met Office Hadley Centre, no Reino Unido, e no the National Oceanic and Atmospheric Administration's National Climatic Data Center.

 

O recorde de temperatura em 2010 é particularmente notável, visto que a última metade do ano foi marcada pela transição das fortes condições do La Niña, no qual trouxe temperaturas da fria superfície do mar para o leste do oceano Pacífico tropical.

 

“A temperatura global está aumentando mais rápido na última década do que nas duas últimas épocas, apesar das flutuações de ano para ano associadas com o ciclo El Niño-El Niña

de temperatura dos oceanos tropicais”, Hansen e seus colegas relataram na edição de 14 de dezembro de 2010, publicada em Reviews of Geophysics.

 

Um feitiço frio também atingiu este inverno no norte da Europa. O evento pode ter sido influenciado pelo declínio do gelo do oceano Ártico e poderia estar ligado ao aquecimento em latitudes mais setentrionais.

 

O gelo do Ártico funciona como um cobertor, isolando o ambiente do calor do oceano. Ao tirar esse cobertor, o calor pode escapar para a atmosfera, aumentando a temperatura da superfície local. Regiões no nordeste do Canadá estavam 18 graus mais quentes do que é normalmente em dezembro.

 

A perda do gelo do mar também pode estar levando ar do Ártico para as médias latitudes. Os padrões do clima de Inverno são notoriamente caóticos, e as pesquisas do GISS encontrou sete dos últimos 10 invernos europeus mais quentes que a média de 1951-1980. O frio incomum nos últimos dois invernos fez com que os cientistas começassem a especular sobre uma potencial conexão com as mudanças do gelo do mar.

 

“Uma possibilidade é que a fonte de calor devido à água aberta na baía de Hudson afete os padrões de vento ártico, com um padrão de gangorra que tem ar ártico que entram na Europa”, diz Hensen.

 

Para mais informações sobre os registros de temperatura da superfície do GISS, acesse

http://data.giss.nasa.gov/gistemp/

 

Carolina Silveira (com informações da NASA)

Grupo Cultivar

Carolina.silveira@grupocultivar.com

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