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Diante da grave crise enfrentada pelos produtores de café - os preços da saca de arábica recuaram 40% desde o início de 2012 -, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou a suspensão automática do pagamento das parcelas de crédito rural da cafeicultura por um período de 90 dias. O ofício com a solicitação foi encaminhado pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, à Casa Civil da Presidência da República e aos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Fazenda.
Neste período, será formado um grupo de trabalho para avaliar a situação da cafeicultura. Após a análise, serão apresentadas ao governo sugestões para solucionar de forma definitiva o problema do setor.
Para agilizar o processo, a CNA e o Conselho Nacional do Café (CNC) já iniciaram um levantamento de dados sobre o nível de endividamento dos produtores de café. Os dados estão sendo colhidos junto a cooperativas de produção, de crédito e bancos.
Para justificar os pedidos, a CNA alerta para a gravidade da situação atual, de perda de renda e de elevação do nível de endividamento do setor. A tendência de queda dos preços do grão persistiu nas últimas semanas, mesmo com a intervenção do governo no mercado interno, por meio dos leilões de contratos de opção de venda.
“Grande parte dos produtores comercializam o café a preços inferiores ao custo de produção e enfrentam dificuldades para quitar as parcelas de crédito rural”, afirma o presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita.
Opções – O governo ofertou nas últimas três semanas contratos de opção de venda para o café. Os títulos têm vencimento programado para março de 2014, com preço de referência de R$ 343 por saca de 60 quilos. A meta é sustentar o preço de 3 milhões de sacas de café, divididas em 30 mil contratos de 6 toneladas cada. Nos leilões, não houve interesse por 4.058 contratos, lotes que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), voltarão a ser ofertados.
No caso das opções, a CNA solicitou à Conab que armazéns privados também sejam credenciados para receber o café que pode ser entregue no exercício dos contratos. O governo divulgou apenas a lista de armazéns públicos que podem receber o produto. A medida é necessária porque alguns municípios produtores estão muito distantes desses armazéns, inviabilizando economicamente a entrega do produto pelo cafeicultor.
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