Pecuaristas goianos buscam modelo de organização produtiva e comercial no Uruguai

27.04.2012 | 20:59 (UTC -3)
Francila Calica

Sem capacidade territorial para produção de carne bovina em larga escala, os pecuaristas Uruguaios desenvolveram um modelo de organização produtiva que tem sido um dos grandes responsáveis pelos bons resultados da pecuária no país. Em busca desta experiência, os produtores goianos em missão técnica de pecuária de corte ao Uruguai tiveram, nesta quinta-feira (26), um dia dedicado a conhecer a organização dos Grupos CREA.

Os grupos são compostos de 10 a 12 propriedades com as mesmas aptidões e do mesmo segmento produtivo, divididos em setores e que estão representados pela Federação do Grupos CREA (Fucrea). Cada grupo possui um assessor que lhe da assessoramento e auxilia os produtores no planejamento de seu negócio com foco em gestão, rentabilidade e manutenção do produtor na atividade.

Diego Varalla, assessor do Grupo CREA de pecuaristas do departamento de Flórida, que recebeu os produtores goianos, explicou que 252 mil hectares produtivos são de produtores participantes de Grupos CREA e trouxe um panorama da pecuária uruguaia, sempre comparando os índices médios nacionais aos índices pelos produtores associados.

O técnico explicou ao grupo que há de anos uma grave crise provocada por focos de aftosa estremeceram o mercado pecuário uruguaio. Porém, em apenas sete anos os produtores conseguiram recuperar os valores perdidos durante a crise. Em 2008, um abalo econômico fez com que a cadeia perdesse competitividade. A quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, aliada à uma seca rígida no Uruguai fizeram com que os pecuaristas vendessem animais por até US$ 0,40 por quilo.

Varalla conta que o fato retirou da atividade muitos produtores e indústrias que não estavam preparados para passar por um período de recessão. Entretanto, a recuperação do setor foi muito rápida e, em boa parte, impulsionada pelo desempenho dos preços da carne no mercado internacional.

Hoje, o Uruguai possui um rebanho de 11 milhões de cabeças com abate anual de dois milhões de animais - 50% machos e 50% fêmeas -, e uma necessidade crescente de investir em qualidade para conquistar e manter mercados consumidores. Para conhecer de perto como atua um produtor integrante do Grupo CREA, os goianos visitaram duas propriedades no departamento de Florida. A fazenda Refúgio, de propriedade de Juán Echeverria, é especialista em cria, recria e engorda. Já a fazenda Macondo, administrada pela produtora Leániz Oholeguy, trabalha com a recria e engorda de vacas.

O conceito dos Grupos CREA nasceu na França logo após a Segunda Guerra Mundial e os primeiros CREAS surgiram no Uruguai há mais 40 anos. Em 1966 quatro grupos já estabelecidos Fundaram a Federación Uruguaya de Grupos CREA (Fucrea).

Por meio da troca de informações e discussões dos problemas práticos que surgem nas propriedades dos associados, os produtores adquirem maior conhecimento sobre os sistemas produtivos, as técnicas utilizadas, as estratégias empresariais e as modalidades comerciais que estão dando resultados positivos.

Para cumprir seus objetivos, cada grupo contrata um Assessor CREA, que realiza as tarefas de coordenação e apoio das atividades do grupo e o assiste tecnicamente.

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