Pesquisador estuda biodiversidade de bactérias da Antártica
Na mesa-redonda “A crise e a solução que vem do campo”, os participantes se concentraram em sugerir idéias que possam fazer com que a crise econômica mundial comece a ser superada. O debate ocorreu no final da manhã desta sexta-feira (27/02) no Sindicato Rural de Canarana/MT e contou com a participação de cerca de 150 pessoas, entre autoridades e produtores da região.
O conselheiro fiscal da Aprosoja/MT Antônio Galvan sugeriu que os produtores do setor do agronegócio invistam na otimização da gestão financeira e no controle de custos em suas propriedades, onde o plantio seja feito apenas com o crédito que chega a mão do produtor. “O Banco do Brasil está praticando um spread de 7.3%, algumas tradings cometem abuso ao sustentar taxas nas alturas. Por isso defendo, é um suicídio plantar com um recurso que só existe virtualmente e que quando chega ao produtor está embutido de juros abusivos”. Galvan lembrou que a Aprosoja desenvolve trabalhos como o Projeto Referencia que tem por objetivo otimizar a gestão nas propriedades de Mato Grosso.
O presidente da Famato, Rui Prado, pontuou que existem vários projetos que tem por objetivo melhorar a renda do produtor. “O maior entrave é que o Brasil não tem uma política agrícola, existe apenas uma política de crédito subsidiado que atinge pouca gente, em Mato Grosso apenas 9% dos produtores tem acesso a este crédito. E uma das propostas é ampliar o acesso ao seguro rural que não contemple apenas o caso de desastres climáticos, mas também amparem o produtor na questão comercial e garanta renda”.
Prado salientou que a Famato, juntamente com os Sindicatos Rurais e as associações, como Ampa e Aprosoja impetraram 7 ações judiciárias somente no ano passado. “Cinco destas ações contemplavam questões ambientais e indígenas e duas relacionadas ao endividamento. A última vitória foi a segunda liminar expedida pelo Tribunal de Justiça favorável ao setor que obriga os bancos a efetuarem as renegociações dos financiamentos de investimentos agrícolas”.
Por sua vez o deputado federal Homero Pereira defendeu que deve haver um fortalecimento maior na área de comunicação com a sociedade. “Para mudar a imagem do setor junto à sociedade, do ponto de visto prático, um dos primeiros pontos estratégicos é investir na comunicação direta com as escolas e com as universidades, de modo que seja propagada a importância da agricultura para a arrecadação dos estados brasileiros, para a abertura de novos empregos, enfim de forma que o povo brasileiro entenda que este país é essencialmente agrícola e a economia depende e muito deste setor”.
Por fim o suplente de deputado Eduardo Moura lembrou que a classe produtora deve estar mobilizada para pulverizar as dificuldades. “A crise chegou com tudo, até porque não somos uma ilha isolada do mundo. O governo tem funcionado como rolo compressor e a solução deve vir da mobilização da própria massa produtiva. Os agricultores da Argentina deram um grande exemplo, ao se juntarem para que o governo enxergasse a calamidade agrícola pela qual está passando aquele país, e tanto o Congresso brasileiro, quanto qualquer outro só funciona assim, sob pressão. Cabe aos sindicatos e associações tomar a frente em prol da organização da coletividade”.
O presidente do Sindicato Rural de Canarana e vice-presidente Leste da Aprosoja/MT, Marcos da Rosa, emocionado, agradeceu o engajamento dos produtores que marcaram presença no evento e frisou que a principal mensagem da entidade foi absorvida pelos participantes. “A única saída para superarmos todas as crises, tanto a macro-crise, quanto os desafios diários é nos organizarmos e isto já está sendo feito, prova disso é o trabalho árduo que está sendo feito por cada um de nós e por cada entidade de classe ”.
Fonte: Ascom Aprosoja -
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