Solução de manejo fitossanitário para tomate é apresentada pela BASF em evento em Goiânia/GO
Com o objetivo de fortalecer a competitividade no mercado dos pequenos e médios produtores da região do Perímetro Irrigado Jaíba, está em desenvolvimento o “Projeto de Desenvolvimento de Capacidades Pós-Colheita e Práticas de Marketing na Região do Jaíba”, implementado como parte do acordo de Assistência Oficial para o Desenvolvimento do Governo do Japão (ODA) e celebrado entre a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e o estado de Minas Gerais.
Uma das etapas desse projeto é uma visita técnica de especialistas mineiros ao Japão, que foi realizada entre os dias 25 de outubro e cinco de novembro, que integra o programa de treinamento desenvolvido pela Jica. Os participantes conheceram a experiência japonesa em produção, logística e mercado de frutas. Representaram Minas Gerais a pesquisadora da EPAMIG Norte de Minas Ariane Castricini, os técnicos da Emater-MG Cláudio Bortolini, André Caxito e Vanderley Souza; o fruticultor Marcelo Meireles e o consultor da Nippom Koei do Brasil, Roberto Kurocawa.
Os integrantes conheceram na estação experimental de frutas, do município de Yamanashi, sistema de produção de uva, pêssego e ameixa, além de participarem de palestras sobre logística, classificação, promoção e análise de custo competitivo de exportação. Também participaram de visitas em mercados e cooperativas para conhecerem mais sobre equipamentos de classificação, padronização e resfriamento de frutas; metodologia de promoção e divulgação de marcas no atacado e varejo.
De acordo com a pesquisadora Ariane, um dos pontos mais positivos da missão foi conhecer a avançada tecnologia japonesa para alcançar a qualidade das frutas e também o forte sistema cooperativista adotados pelos produtores japoneses. Segundo Ariane, a meta é buscar através da pesquisa agropecuária tecnologias para conservação pós-colheita e para o processamento de frutas. “Além da comercialização de frutas in natura, o processamento é uma excelente alternativa de mercado para o produtor do Norte”, explica.
A fruticultura apresenta-se como um grande segmento no agronegócio brasileiro e Minas Gerais destaca-se pela produção de frutas de clima tropical e também por apresentar janelas de mercado com oportunidade para produção de frutas de clima temperado. No Norte do estado, especialmente no Perímetro Irrigado Jaíba, tem aumentado a produção de frutas tropicais, como: lima ácida Tahiti, banana, manga e abacaxi.
A EPAMIG Norte de Minas já desenvolve pesquisas em pós-colheita de banana. Em 2010 teve início pesquisa com o objetivo de avaliar a qualidade pós-colheita de diferentes genótipos de bananas, armazenadas em forma de dedos, ou seja, despencadas manualmente. Segundo Ariane, a comercialização de bananas atualmente é feita por quantidade (dúzias) em pencas ou buquês.
A partir de dezembro de 2011, na região Norte de Minas, tornou-se obrigatória a comercialização de bananas por kg e não por caixa, como era feito até então. Desse modo, a forma de apresentação dos frutos expostos para venda nos supermercados e feiras livres pode variar desde pencas, com grande número de frutos, até dedos individuais, possibilitando alternativas de acordo com a necessidade do consumidor. “Os consumidores estão habituados com a apresentação das bananas em pencas, porém pouco se sabe sobre sua aceitação e interesse na apresentação desta ou em outras formas, como buquês e dedos individuais, por exemplo. Portanto, nosso estudo sobre a forma de apresentação através da análise sensorial indicará uma tendência, uma preferência dos consumidores”, expõe.
Nesse projeto de pesquisa que a EPAMIG desenvolve os frutos são despencados manualmente, armazenados em temperatura ambiente e sob refrigeração (12°C), e acondicionados em bandejas de isopor cobertas por filme de PVC; a outra parte é em embalada em sacos plásticos selados a vácuo. “Queremos prolongar a vida útil dos frutos, mas com qualidade e, consequentemente, o período de comercialização”, explica.
O processamento de frutas é uma alternativa que agrega valor e diminui perdas. No caso da banana, principal produto do Jaíba, além do doce conhecido como bananada, existe ainda possibilidade de fabricação de bananas chip, elaborado com frutos ainda verdes. “É importante ressaltar que deve ser feito com os frutos mais verdes, ou seja, com o máximo de amido e o mínimo de açúcar, pois quanto mais açúcar no fruto, menos crocante será o produto final”, explica.
Em novembro de 2011 a Jica e o governo de Minas Gerais, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico (SEDE) e Agricultura, Pecuária a Abastecimento (SEAPA), assinaram um memorando de entendimentos para a doação de US$ 3 milhões para a melhoria dos processos de produção de frutas no Projeto Jaíba. Os recursos serão usados até 2014, na execução do “Projeto de Desenvolvimento de Capacidades na Pós-colheita e Práticas de Marketing na Região do Jaíba”, que prevê a compra de máquinas e equipamentos para a classificação e embalagem de frutas.
O memorando inclui a implantação de um sistema de informação de mercado a ser desenvolvido e disponibilizado aos produtores locais para melhorar as condições de negociação de frutas, bem como a capacitação para planejamento de marketing. Além disso, está previsto também o controle de qualidade através da melhoria na infraestrutura de armazenagem (câmaras frias e túnel de resfriamento), a doação de máquina de seleção e classificação de frutas e treinamento e certificação.
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