Parceria é firmada para uso eficiente do solo e redução de custos nas lavouras de arroz

Embrapa e Trimble assinam contrato de realização de ações com uso de geotecnologias para promover aprendizado e educação rural

04.03.2016 | 20:59 (UTC -3)
Cristiane Betemps

A assinatura de um importante contrato de parceria para estabelecer práticas ou processos agropecuários relativos ao manejo eficiente do solo em terras baixas do Sul do País e para produção sustentável de diferentes sistemas de produção em arroz, acontece nesta segunda-feira (7/03), no início da programação da Expodireto Cootrijal 2016, em Não-Me-Toque(RS). A Embrapa e a empresa Trimble organizam uma cerimônia, na Casa da Embrapa, no Parque de Exposições da Expodireto, às 11h30, com a presença do diretor-presidente da Embrapa, Maurício Lopes e o gerente comercial da Trimble Brasil e Cone Sul, José Carlos Ferraz Bueno. A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu também confirmou presença.

A parceria prevê várias atividades para desenvolvimento de pesquisa, validação e transferência de tecnologias, realizadas em bases físicas da Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS) e em propriedades particulares localizadas em regiões arrozeiras do Rio Grande do Sul, estrategicamente escolhidas pelas duas instituições. "A ideia é promover treinamentos e capacitações para clientes e técnicos no uso e adequação de tecnologias às condições brasileiras, além de dias de campo", disse José Carlos. Ele acrescentou ainda que essas tecnologias vão facilitar as operações e reduzir os custos da sistematização do solo em áreas de várzea ou irrigação por inundação.

Para o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, firmar este compromisso de pesquisa em uso eficiente do solo em áreas de terras baixas representa grande oportunidade para a incorporação de conhecimentos e novas tecnologias ao sistema produtivo por meio da agricultura de informação, reflexos positivos na eficiência de processos e redução de custos.

A Trimble vai ceder um equipamento em comodato para sistematização do solo e implementação de taipas por GNSS e a Embrapa validará o uso dos equipamentos e a tecnologia Trimble entre os agricultores. A Trimble vai disponibilizar display, válvulas, softwares, receptores GNSS e eletrônicos em geral, enquanto que a Embrapa apostará sua infraestrutura, expetisse e conhecimento sobre o ambiente de terras baixas.

Segundo José Carlos, da Trimble, ao implementar essa tecnologia é possível padronizar a produção, otimizar recursos, principalmente da água, possibilitar o uso da área com outras culturas como a soja e otimizar os recursos do produtor com melhor rentabilidade e uso ecologicamente correto.

Manejo eficiente do solo

As terras baixas do sul do Brasil estão reunidas principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e apresentam uma drenagem deficiente devido aos tipos de solos que os constituem e ao relevo predominantemente plano. Os cenários climáticos de futuro para esta região mostram que a precipitação e o conteúdo de água no solo deverão seguir a tendência atual de aumento nos meses de verão. A má distribuição temporal dos eventos de precipitação deverá continuar. Assim, a produção sustentável do arroz irrigado inserido em sistemas rotacionados encontrará ainda mais dificuldades pela ocorrência de estresses hídricos, o que representa uma ameaça à produção de alimentos do País. A produção de arroz irrigado devido à incorporação continua de avanços tecnológicos obtém, na atualidade, produtividade média próxima a 8 mil kg/ha.

Dentre os avanços tecnológicos recentes aplicáveis ao ambiente de terras baixas, destacam-se as geotecnologias com o uso de GPS na locação e automação de operações agrícolas. Nesse sentido, algumas aplicações já bem conhecidas, como o controle de operações agrícolas e a aplicação de insumos sob taxa variada, são beneficiadas pela elaboração do modelo digital de elevação do terreno (MDE). Em áreas de produção de arroz irrigado, o MDE possibilita, por exemplo, a demarcação automatizada das taipas, utilizadas na irrigação da cultura. De posse do MDE dessas áreas, uma série de outras aplicações poderão ser desenvolvidas, como a sistematização do terreno, inclusive em superfície curva, em substituição à sistematização em superfície plana, bem como a demarcação de drenos superficiais em função das linhas de fluxos de drenagem do terreno, contribuindo para a intensificação do sistema de produção.

Ações planejadas

A parceria vai atuar em dois planos de ações. O primeiro plano envolve três atividades: avaliação do sistema de sistematização em superfície curva em terras baixas do Rio Grande do Sul; os efeitos dos cortes e aterros provocados pela sistematização da superfície do solo no desempenho das culturas de arroz e soja e estabelecer um critério técnico em relação ao corte máximo admissível do solo sem prejuízos à produção da área sistematizada. E por fim, o desenvolvimento de metodologia de projeto e locação automatizada de drenos superficiais através do MDE do terreno em Terras Baixas.

Já o segundo plano vai incluir as atividades de de transferência das tecnologias, que contempla ações de difusão para produtores (cooperativas, associações e sindicatos rurais), técnicos da assistência técnica, professores e estudantes universitários, através da implantação de Unidades Demonstrativas (UDs), apresentadas em dias de campo; visitas técnicas; palestras em eventos regionais e nacionais; cursos e treinamentos de curta duração; reportagens tecnológicas para a mídia, vídeos técnicos; publicação de folders; comunicados e circulares técnicas; bem como a apresentação de trabalhos em eventos técnico-científicos.

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