"Manejo integrado do mandarová da mandioca" é o tema da palestra que o pesquisador Rudiney Ringenberg, que atua no campo avançado da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) na região Centro-Sul, vai apresentar no Show Rural Coopavel, que acontece durante toda a próxima semana em Cascavel (PR). Em foco, estarão as principais características do mandarová (Erinnyis ello) da mandioca, considerado uma das pragas mais importantes da cultura, e métodos de controle biológico.
Devido a sua ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares (estágios larvais), a lagarta pode causar severo desfolhamento, reduzindo a produtividade, e durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura até ocasionar a morte de plantas jovens.
O mandarová geralmente tem seu primeiro ciclo de ocorrência na região Centro-Sul, nos meses de outubro e novembro, com início das chuvas. Contudo, no caso de populações migratórias de outras regiões, sua ocorrência pode se dar em qualquer época entre os meses de setembro a maio.
A lagarta passa por cinco estágios que duram aproximadamente de 12 a 15 dias, período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área são consumidos no quinto ínstar. "O mandarová é de fácil controle desde que se faça um monitoramento constante da lavoura para se detectar o início do ataque. Portanto, é de suma importância que o agricultor conheça as diferentes fases do ciclo biológico do inseto", explica Rudiney.
Algumas estratégias são utilizadas para detectar a chegada da praga na lavoura, como observação da presença de mariposas em lâmpadas próximas à lavoura; vistoria na lavoura para detectar a presença de ovos e lagartas pequenas (até quatro centímetros); e instalação de armadilhas luminosas a, pelo menos, cinco metros de altura.
Na escolha do método de controle, deve-se considerar que o mandarová tem um número expressivo de inimigos naturais, principalmente parasitoides de ovos do gênero Trichogramma, que, quando preservados, podem parasitar a grande maioria dos ovos do mandarová a partir da segunda geração da praga, recomendando-se, para isso, o uso dos produtos biológicos Baculovirus erinnyis e Bacillus thuringiensis.
Dentro das opções de controle químico convencional, existem produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento à base de piretroide, benzoilureia e organofosforado. "Porém, esses produtos devem ser utilizados com muita cautela, pois têm baixa seletividade, eliminando os inimigos naturais e possibilitando o aparecimento de outras pragas", acrescenta o pesquisador.
Horários da palestra "Manejo integrado do mandarová da mandioca" (programação sujeita a alteração)