Safra de cana no Norte-Nordeste mantém alta de produção
Açúcar e etanol hidratado seguem em crescimento, com bom rendimento mesmo com menos chuva
A produção robusta da safra das águas continua influenciando os preços da batata. Em março, as cotações do tubérculo caíram 5,34% na média ponderada das principais Ceasas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Desde dezembro, o mercado vive trajetória de queda. A boa performance dos cultivos no Sul, sobretudo no Paraná e em Minas Gerais, sustentou o abastecimento nacional. Juntos, os dois estados responderam por 63% do volume ofertado.
Em Minas, destacaram-se as regiões de Araxá, Pouso Alegre e Patos de Minas. No Paraná, Guarapuava e Palmas lideraram os envios. A produção catarinense também cresceu. Segundo a Epagri, a colheita estadual aumentou 12% em comparação ao ciclo anterior. Esse cenário pressionou os preços para baixo mesmo com alta na comercialização – que subiu 11% frente a fevereiro.
A alface também recuou. A média ponderada nos entrepostos caiu 8,08% em março. Os maiores recuos aconteceram nas Ceasas de Recife (-60,79%), Belo Horizonte (-21,89%) e São Paulo (-14,32%). Esses mercados registraram aumento na comercialização da folhosa e baixa na qualidade, reflexo do calor e das chuvas constantes. A Ceasa de Vitória e a de Curitiba caminharam na contramão, com altas acima de 20%.
O tomate foi a hortaliça com maior variação positiva. A média subiu 45,29%. A redução na oferta desde janeiro – queda de 13,2% – contribuiu para a escalada. A proximidade do fim da safra de verão reduziu a disponibilidade do produto em ponto de colheita. Em São José (SC), o preço disparou 197%. Na Ceagesp, o salto foi de quase 70%. Mesmo com exceções no Nordeste, como Recife (-16,17%) e Fortaleza (-6,68%), o movimento de alta dominou.
A cebola acompanhou o ritmo. Em março, a média ponderada subiu 11,44%, com elevação registrada nas 11 Ceasas analisadas. Ainda assim, os preços permaneceram abaixo dos verificados em 2023 e 2024. A oferta do bulbo concentrou-se no Sul, com destaque para Santa Catarina, que respondeu por 75% do total. Segundo a Epagri, a produção estadual cresceu 38,1%. As importações aumentaram frente a fevereiro, mas seguiram muito abaixo dos volumes de 2024.
A cenoura apresentou alta tímida, de 3,26%. O avanço na média ocorreu apesar de quedas pontuais em mercados como São Paulo (-4,24%) e Rio de Janeiro (-12,41%). A produção mineira e paulista respondeu por 68% da oferta nacional. Goiás vem ampliando a área cultivada, motivado pela migração de produtores que abandonaram a cebola. O primeiro trimestre mostrou incremento de 60% na produção goiana frente ao mesmo período de 2024.
Entre as frutas, a maçã liderou o recuo, com queda de 2,02% na média ponderada. O avanço da colheita da variedade Fuji provocou o movimento. A gala encerrou o ciclo com volume abaixo do esperado. A comercialização seguiu estável, graças ao controle de oferta realizado pelas classificadoras. As exportações subiram no mês.
A banana cedeu levemente (-0,48%). A prata manteve preços elevados diante da oferta baixa. Já a nanica mostrou maior disponibilidade, o que impulsionou as exportações e conteve a valorização. O mamão recuou 0,42%. A variedade papaya teve oferta restrita e preços em alta. O formosa registrou maior presença nas gôndolas, com demanda aquecida na primeira quinzena.
A melancia variou pouco. No início do mês, os preços subiram devido à baixa oferta da Bahia e ao fim da safra gaúcha. Na segunda quinzena, a produção paulista ganhou força. A safrinha no estado deve se encerrar em abril. As minimelancias potiguares e cearenses continuaram impulsionando as exportações.
A laranja, por fim, teve leve alta de 0,14%. A baixa qualidade das frutas diminuiu o interesse da indústria. Com isso, sobrou mais fruta para o mercado de mesa. No cinturão citrícola, prevalece o período de entressafra, entre o fim da safra tardia e o começo das laranjas precoces da nova colheita.
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