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A produção sustentável de carne e leite em regime de pasto é viável no Brasil, mas o caminho para o sucesso da atividade passa pela adoção de mais tecnologia pelas fazendas. Nesse sentido, técnicas para aumentar a viabilidade da atividade pecuária a pasto dentro de um sistema sustentável foram apresentadas e discutidas por especialistas de diversas instituições, na 6ª edição do Tecno Tour, no dia 16 de abril, em São Paulo.
O encontro, realizado pela Dow AgroSciences, promoveu o Fórum Sustentabilidade em Pecuária a Pasto, em que mais de 50 pesquisadores, consultores e representantes de entidades relacionadas à pecuária no Brasil, como a Embrapa e universidades públicas e particulares, fomentaram o debate e apontaram novos caminhos para a atividade. Durante as discussões, a intensificação de pastagens para aumentar sua capacidade de suporte foi unânime entre os presentes.
“É fundamental encontrar uma solução para o dilema entre a produção de alimentos e a preservação ambiental”, destacou o professor Adílson de Paula Almeida Aguiar, das Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU), um dos palestrantes. “Afinal, em 1950 um hectare de terra produzia alimento para menos de duas pessoas. Em 2000, o mesmo hectare produzia alimento para mais de quatro pessoas. Em 2050, a previsão é de que um hectare terá de produzir alimentos para mais de sete pessoas”.
De acordo com dados da Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), para atender o aumento da população e o crescimento da demanda per capita nos países em desenvolvimento, a produção de alimentos deverá dobrar nas próximas décadas. Essa pressão será sentida especialmente com relação a produtos como carne e leite. No entanto, ainda segundo a FAO, 80% da expansão terá de vir das áreas já exploradas atualmente e apenas 20% poderá decorrer da incorporação de novas áreas de produção.
Para os especialistas, os dados evidenciam a necessidade de incorporar mais tecnologia aos sistemas de produção, mas levando em conta a sustentabilidade da operação. Nesse sentido, com o aumento da produtividade dos animais e das pastagens, a bovinocultura poderá inclusive permitir a ampliação de áreas usadas pelas lavouras, evitando novos desmatamentos.
“Atualmente, a produtividade do animal é de 50kg/ano. O potencial biológico por meio da tecnologia disponível é de 100kg/animal/ano. No entanto, ao analisar os sistemas intensivos com recria a pasto, a produtividade seria de 62-65kg. Os números comprovam porquê a intensificação do uso de pastagens e o aumento de sua produtividade média são tão importantes”, afirmou Luis Gustavo Barioni, pesquisador da Embrapa Cerrados.
Entretanto, além da constatação de áreas subutilizadas e da necessidade de investimento em novas técnicas, vários debatedores apontaram que há falta de consciência de sustentabilidade entre os pecuaristas e, consequentemente, pouco incentivo para investir em novas tecnologias. Mas há soluções para isso. “A curto e médio prazo, é possível fazer com que o produtor adote a intensificação por meio da demonstração da viabilidade econômica”, disse, por exemplo, o professor Aguiar.
As dimensões técnica, econômica, social e ambiental também devem ser contempladas em relação à produção pecuária sustentável.
Ainda, durante o evento, discutiram-se o metano ruminal e seu impacto na geração de gases de efeito estufa, a demanda cada vez maior de rastreabilidade, certificação e branding, a degradação de pastagens, a liquidez que a pecuária representa em relação aos seus ativos e a necessidade de parcerias público-privadas para o desenvolvimento da agricultura.
No final do dia, a Dow AgroSciences aproveitou a estrutura do Fórum para lançar o selo “Pecuária Sustentável”, como parte das propostas da empresa para a pecuária brasileira.
Informações adicionais:
Fonte: ML&A Comunicações - (11) 3811-2827
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