Neutralidade do fenômeno La Niña deve favorecer desenvolvimento do milho safrinha

Além de umidade, no campo climático, o agricultor deve se valer de tecnologias de defensivos agrícolas para conter pragas, doenças e plantas daninhas, diz especialista da Ourofino Agrociência

02.03.2022 | 15:06 (UTC -3)
Talita Macário

A expectativa de normalidade climática é alento para agricultores da região Centro-Sul que investem na cultura da segunda safra do milho. Essa condição é esperada para meados de março e até mesmo abril, momento de desenvolvimento da planta. Em entrevista ao podcast “Fala, Agro!”, produzido pela Ourofino Agrociência, João Castro, meteorologista da Climatempo especialista em agronegócio, explica que o La Niña trouxe chuvas irregulares, mas que ele perderá força e alcançará neutralidade. Em contrapartida, a umidade, tão bem-vinda, também influencia positivamente no desenvolvimento de pragas, doenças e plantas daninhas. Dessa forma, o manejo deve ser cuidadoso e estratégico.

Segundo o especialista Lenisson Carvalho, gerente de marketing de grandes culturas na Ourofino, um dos problemas com o qual o agricultor tem que saber lidar é a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), mas não se trata de uma preocupação única: percevejos, pulgões e lagartas são pragas também relevantes, que prejudicam intensamente a produtividade nos milharais. Assim, é indicado combinar defensivos agrícolas que atuem de maneiras distintas e sejam eficazes no trato de resistência.

Lenisson Carvalho, gerente de marketing de grandes culturas na Ourofino
Lenisson Carvalho, gerente de marketing de grandes culturas na Ourofino

Somente do portfólio da indústria, são várias as opções, dentre elas o Goemon, que conta com uma molécula inovadora, inédita em solo nacional até o lançamento do produto, ocorrido no segundo semestre do ano passado. Para o manejo de lagartas resistentes, como a Spodoptera frugiperda, considerada uma das principais pragas agrícolas do milho, a solução oferece amplo espectro de controle, alta eficiência, seletividade e estabilidade em todo o território brasileiro.

“No Manejo Integrado de Pragas (MIP), a recomendação é utilizar o produto quando a praga atingir o nível de dano econômico, sendo importante a rotação de mecanismos de ação, oferecendo, assim, alta eficiência e seletividade aos inimigos naturais”, explica Carvalho, que completa: “originário de uma parceria com a companhia japonesa ISK, o produto também atua contra a lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)”.

O especialista pontua que as pragas podem provocar perdas de 80% nas lavouras quando os cuidados não são feitos como o indicado. Outro inseticida, este destinado a pragas sugadoras como o percevejo-barriga-verde (Diceraeus melacanthus) e a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), o Vivantha é uma ferramenta indicada para esta rotação citada por Carvalho. “É um produto de alta performance no campo, que, entre outros benefícios, promove a paralização do ataque das pragas e a redução da transmissão de viroses.”

Quanto às plantas daninhas, elas representam um risco por conta da matocompetição por nutrientes, luz solar e água, segundo o profissional. Para ele, com todos os tratos executados e a consolidação das expectativas climatológicas, os agricultores podem ter bons resultados, mas é fundamental que haja boas condições de umidade para o crescimento e desenvolvimento. “Este é um período crítico porque define o potencial produtivo da lavoura”, reforça.

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