Nelore de ciclo curto da Matinha garante resultado 18% maior

12.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

A pecuária brasileira tem avançado em relação à genética e qualidade da carne bovina produzida e exportada para mais de 180 países, prova disso é que o país se sustenta na liderança do comércio mundial há mais de 8 anos.

O trabalho dos pecuaristas que apostam no verdadeiro melhoramento genético contribui para garantir ao Brasil esta competitividade no setor.

Mas a crise econômica mundial trouxe alguns obstáculos para a pecuária brasileira. Com a valorização de mais de 30% do real em relação ao dólar, a carne bovina produzida no país ficou cara para os estrangeiros. De acordo com a Abiec - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, os principais clientes do país atualmente não pagam mais de US$ 45 pela a arroba, valor equivalente a R$ 77,00 e bem distante dos R$ 100,00 pela arroba alcançados em 2008. Diante deste cenário de câmbio em baixa e mercados retraídos, os analistas alertam para a única alternativa que resta aos pecuaristas: o aumento da eficiência econômica dentro da porteira.

Um visionário da pecuária, o criador Luciano Borges Ribeiro, após longa pesquisa há 16 anos atrás, iniciou programa visando o desenvolvimento de uma nova genética Nelore PO voltada para produção de carne de qualidade com custos reduzidos. Desde então o pecuarista aposta na seleção do Nelore capaz de reduzir em um ano a idade reprodutiva, bem como a terminação de carcaça. É o chamado “nelore de ciclo curto de produção”, que aumenta em até 18% os resultados econômicos do negócio. Para isto investe em programa de melhoramento genético e na utilização de avançadas tecnologias.

No Rancho da Matinha, localizado em Uberaba (MG), os animais são manejados no pasto, e selecionados para as características de maior interesse econômico. Precocidade reprodutiva, fertilidade, desenvolvimento, habilidade materna, e terminação de carcaça são características inerentes ao rebanho Matinha. As novilhotas são desafiadas a emprenharem com cerca de um ano de idade, durante estação de monta de 90 dias. Assim aos dois anos já produzem a primeira cria. Todas que não conseguem atingir este objetivo são descartadas do rebanho. Atualmente as bezerras da Matinha são desmamadas aos 210 dias de idade com média de 220kg e com um ano já pesam 280kg. O índice de prenhez das bezerras nas duas últimas montas foi de 72%. Diante de um mercado com margens cada vez menores, esta qualificação genética, vem se tornando a grande alternativa.

A genética do “ciclo curto de produção” garantiu ao criatório mineiro, neste ano, resultados surpreendentes. “Apesar da instabilidade na economia mundial conseguimos fechar 2009 com números que indicam a correção do nosso trabalho, e nos motiva a buscar um Nelore ainda mais produtivo”, conclui Luciano Borges.

O tradicional leilão Touros de Uberaba, realizado no Rancho da Matinha, durante o último mês de agosto, obteve média de preço superior a R$11.000,00, com faturamento acima de R$ 2 milhões. “Foi a maior média do ano. Criadores que investem em nossa genética, produzem animais mais precoces, o que lhe garantem melhor rentabilidade”, afirma Luciano.

Destaque também para a bateria de touros Matinha, alojados na ABS Pecplan, que devem fechar o ano com vendas superiores a 110.000 doses, o que representará crescimento de cerca de 30% em relação ao sêmen comercializado em 2008. O destaque continua sendo Hanuman da Mat, recordista que durante as seis horas do leilão de touros realizou a venda histórica de 21.000 doses de sêmen.

A grande procura pelas linhagens do criatório levou o Rancho da Matinha a criar um programa para dobrar a oferta de touros no mercado. “Estamos trabalhando com FIV, utilizando sêmen sexado de macho, para atender a demanda. Já no leilão de 2011 estaremos disponibilizando 400 touros em nosso leilão” diz Luciano.

Não foram apenas os machos que brilharam no decorrer do ano. O leilão virtual “Matrizes Matinha” e convidados comercializou 160 fêmeas com média de R$7.500,00 por animal. O valor médio das novilhas e matrizes oferecidas pela Matinha superou R$8.800,00 por cabeça.

Para a safra 2010 é esperado mais um salto genético. O monitoramento dos acasalamentos, que já estão sendo realizados nesta estação de monta, indica grande progresso para as principais características focadas pelo programa Matinha.

Fonte: Pec Press

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