Nascem cordeiros com método reprodutivo diferenciado

30.08.2012 | 20:59 (UTC -3)
Cristiane Betemps

Os primeiros cordeiros oriundos da coleta de embriões, por meio não cirúrgico, da raça Crioula Lanada nasceram nos dias 24 e 25 de agosto, na Estação Terras Baixas (ETB), da Embrapa Clima Temperado. Os animais são resultado da coleta transcervical de embriões, realizada no Curso de Biotécnicas da Reprodução em Ovinos. O objetivo da ação é preservar raças em extinção, além de consolidar um método de coleta de embriões não invasiva para os ovinos.

“O procedimento convencional de coleta de embriões é feito por via cirúrgica e nós utilizamos uma nova técnica desenvolvida pelo professor Alberto Gusmão da UFBA. Nessa técnica a coleta é feita por via transcervical, não gerando lesões na fêmea”, expôs o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Arnaldo Vieira. Ele ainda destaca que o problema de cruzamento com outras raças, de maior produção, pode gerar o desaparecimento das Crioulas Lanadas, diminuindo a variabilidade genética da espécie, já que no Brasil não existe nenhuma raça nativa e sim raças nacionalizadas que foram trazidas pelos colonizadores. “O objetivo principal de preservar essa raça é uma futura identificação de gene que possa ser importante em termos de produtividade futura”.

Além de ser a primeira vez que a técnica foi utilizada em animais lanados, também marcou o início da transferência de embriões para outras fêmeas, ao contrário do que geralmente é feito, quando os embriões são congelados e conservados em Bancos de Germoplasma. Nove fêmeas receberam o material genético, resultando em 11 cordeiros em ótimo estado de saúde. Segundo a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado Ligia Pegoraro, esse é o primeiro relato efetuado no país de coleta transcervical e com nascimento de produtos na raça Crioula Lanada.

O curso, realizado em abril deste ano, capacitou médicos veterinários quanto à tecnologia que pode tranquilamente ser usada por produtores para multiplicação de animais de produção e melhoramento genético. O trabalho é resultado da parceria entre as Unidades Clima Temperado e Pecuária Sul, da Embrapa, além da Faculdade de Medicina Veterinária e Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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