Não plantar refúgio prejudica tecnologia Bt e afeta produtividade em longo prazo, alerta ABRASEM

07.05.2014 | 20:59 (UTC -3)

O produtor de milho precisa plantar áreas de refúgio para garantir que a tecnologia de resistência a insetos (Bt) se mantenha eficiente por mais tempo, de acordo com a Associação dos Produtores de Mudas e Sementes (ABRASEM). “Manter a vida útil da tecnologia significa que o produtor continuará a ter ganhos de produtividade e de renda em sua lavoura por mais anos”, defende o presidente da entidade, o agricultor Narciso Barison Neto. Segundo ele, “plantar refúgio estruturado não é apenas importante, é essencial para a produção de milho do Brasil”.

De acordo com dados da consultoria Céleres, mais de 80% da área com lavouras de milho no Brasil na última safra foi cultivada com sementes transgênicas resistentes a insetos. “Isso indica que o produtor sabe que a tecnologia é eficaz, ou ela não estaria sendo utilizada. Mas é preciso que o agricultor entenda que ele tem de fazer a lição de casa. É preciso seguir os protocolos que a própria tecnologia exige”, enfatiza Barison.

A ABRASEM explica que a tecnologia de resistência a insetos foi desenvolvida considerando as características biológicas das pragas alvo, como a lagarta do cartucho. Para se manter eficiente, é preciso que o produtor plante áreas com milho não-Bt (convencional ou tolerante a herbicida) respeitando a proporção e as distâncias recomendadas para evitar a proliferação de insetos resistentes. A recomendação da entidade é que, além do refúgio estruturado, o produtor também siga as orientações da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para as chamadas áreas de coexistência – visando à proteção das lavouras convencionais vizinhas à área cultivada com o milho transgênico.

“Ninguém faz nada sozinho. Os ganhos e prejuízos são de todos.”, afirma Barison. “Problemas de resistência podem surgir caso o produtor não plante o refúgio”, ressalta.

A ABRASEM ressalta que os produtores são os grandes interessados e também os grandes responsáveis por fazer esse trabalho. “Mas é preciso a conscientização de todos. Do contrário, o risco de perda das tecnologias é muito grande” esclarece Barison.

O incentivo à adesão do refúgio e outras ferramentas para preservação da tecnologia do milho Bt se tornam cada vez mais importantes com o aumento da adoção dessa tecnologia. A área cultivada no Brasil com milho resistente a insetos na safra 2013/14 atingiu 12,5 milhões de hectares, de acordo com terceiro acompanhamento da adoção de biotecnologia da Céleres.

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