Município de Juína recebe a segunda rodada do Pensar MT

14.04.2014 | 20:59 (UTC -3)

Produtores rurais, estudantes e os moradores de Juína participaram na última quarta-feira (09/04) do projeto Pensar MT. Esta foi a segunda rodada do projeto que começou dia 1º de abril e já percorreu quatro municípios de Mato Grosso. Logística e as questões fundiária e ambiental de Juína foram os principais temas debatidos no encontro.

O objetivo do Pensar MT é levantar as demandas do setor produtivo e da sociedade que serão transformadas em uma agenda positiva para os futuros candidatos ao pleito eleitoral de 2014. O Pensar MT é uma iniciativa do Fórum Agro MT formado pelas entidades Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat.

O diretor do Sindicato Rural de Juína, Ronaldo Zan, considerou as discussões positivas e uma forma de demonstrar os anseios da sociedade local. Segundo ele, o município tem 62% de seu território em floresta e reserva indígena. Atualmente, os produtores estão apreensivos em fazer novos investimentos por conta da indefinição da demarcação de novas áreas indígenas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). “As demarcações de áreas indígenas estão travando o desenvolvimento da região, pois o produtor não sabe se pode investir ou não em sua área. Além dessas definições, o que necessitamos hoje é que o Estado entre em conformidade com a legislação federal ambiental”, opinou Zan referindo-se ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).

O CAR é o primeiro passo para a regularização ambiental, conforme o novo Código Florestal, e funciona como uma segurança jurídica para o produtor. Mesmo sem prazo definido, os produtores já podem buscar as secretarias de Meio Ambiente estaduais para obter o cadastro. Foi o que o pecuarista Gino Barbosa Machado fez, mas levou dois anos para conseguir a regularização de sua propriedade por meio do CAR. Na avaliação dele, a burocracia da documentação exigida e morosidade do processo dificultam a regularização.

O presidente da Famato, Rui Prado, disse que apesar de o Código Florestal, aprovado em 2012, ter proporcionado grandes avanços e a segurança jurídica almejada pelos produtores, uma equação ainda não foi resolvida: “O Código Florestal ainda é muito restritivo. O que o código resolveu foi do ponto de vista social e ambiental, mas não do ponto de vista econômico. Sabemos que as florestas preservadas também são fonte de renda, mas precisamos traduzir isso com resultados financeiros ao país, ao município e aos produtores. Essa equação ainda não foi definida e tenho certeza de que temos condições de resolver os parâmetros para solucionar as questões ambientais do ponto de vista financeiro, especialmente no norte de Mato Grosso. Queremos com este projeto do Pensar MT levar propostas aos futuros candidatos”.

Para o professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) de Juína, Eurismar Alves Ferreira, pensar o Mato Grosso é uma grande oportunidade para a sociedade e para os jovens estudantes avaliarem o que precisa ser melhorado no Estado. “Vejo com bons olhos a idealização desse projeto porque a partir dele conseguiremos avaliar as realidades locais e construir um grande projeto para que Mato Grosso mude e alcance o sucesso”.

O jornalista e professor Onofre Ribeiro está acompanhando as rodadas e fez palestras em Alta Floresta, Colíder, Marcelândia e Juína. “Não precisa dizer que o clima que vigora na sociedade nessas regiões é o de indignação. Uma imensa descrença sobre a gestão pública percorre de ponta a ponta todos os segmentos da sociedade com maior ou menor grau de politização. Mas é visível que existe uma linha média de politização bem grande e ansiosa por eficiência da gestão pública e por resultados, que responda ao espírito e atitudes empreendedoras do mundo empresarial”, opinou.

Também participaram das discussões o presidente do Sindicato Rural de Cotriguaçu, Arnaldo Campos, e o prefeito de Juína, Ermes Bergamin.

Pensar MT – A formação da agenda positiva do projeto Pensar MT será baseada em dez temas principais: modelo de gestão de Mato Grosso; fundiário; logística; trabalhista; capacitação; pesquisa, tecnologia e inovação; política de atração de investimento; sanidade animal e vegetal; ambiental e crédito, comercialização e financiamento.

As próximas rodadas serão nos municípios de Pontes e Lacerda (22/04), Cáceres (23/04) e Cuiabá (24/04).

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