MT: ciclo de palestras orienta sobre a emissão de NF-e
Começou quarta-feira (18/11) na Embrapa Cerrados o workshop “O Cerrado no contexto das mudanças climáticas globais”. O evento prossegue até sexta-feira (20), no auditório da unidade, em Planaltina/DF.
A abertura foi feita pelo diretor-executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho. Segundo ele, é preciso buscar cada vez mais uma integração de esforços relativa ao tema, para que se chegue a uma produção mais rápida e melhor. “Temos muita informação técnico-científica, é de extrema importância que ela chegue à sociedade”, afirmou.
O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coordenador de projetos na área de mudanças climáticas e seus impactos na agricultura, Eduardo Assad, traçou um histórico dos trabalhos da Plataforma de Mudanças Climáticas da Embrapa, implantada com o objetivo de coordenar as atividades realizadas na empresa sobre o tema. Ele informou que está sendo estudada a criação de uma Unidade virtual da empresa focada no assunto. Em sua palestra Mudanças Climáticas: modelagem, mitigação e adaptação para a agricultura, afirmou que ao utilizar boas práticas, a agricultura deixa de ser considerada vilã. “Ela passa de emissora a sequestradora de carbono”.
Segundo Assad, as prioridades de pesquisa estão relacionadas ao desenvolvimento de modelos com vistas a definir e quantificar futuros impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura e seus consequentes cenários; influência das mudanças climáticas sobre pragas e doenças, avaliação da eficiência e adaptação de sistemas de produção frente aos novos cenários agrícolas, dentre outras. Entre as prioridades estratégicas ele pontuou a agregação e interação de projetos em andamentos nas diversas instituições de pesquisa no país sobre o tema; e estabelecimento de ações de transferência de tecnologia para adoção por parte dos agricultores de técnicas limpas e mitigadores dos efeitos do aquecimento global, além de outros temas.
Estoque de carbono
O estoque de carbono no solo pode ser semelhante entre áreas nativas e áreas de pastagens, se estas forem bem manejadas. A conclusão é do pesquisador da UnB, Alexandre de Siqueira Pinto, também presente no primeiro dia do workshop. Para estudar o modelo da dinâmica de carbono do solo nos biomas Cerrado e Amazônia, o pesquisador simulou sistemas de pastagens, tanto produtiva quanto não, de integração lavoura-pecuária, e integração lavoura-pecuária com plantio direto.
No Cerrado, de acordo com os estudos do pesquisador, o sistema integração lavoura-pecuária com plantio direto foi o que apresentou menor perda de carbono no solo. Na Amazônia, as pastagens mais produtivas conseguiram recuperar o carbono disponível na mata nativa. Enquanto, a maior perda de carbono foi com as pastagens com menor produção.
Contribuir com alternativas para mitigação dos efeitos das emissões de gases na atmosfera também tem sido uma preocupação do setor produtivo. O gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marco Olívio de Oliveira, afirmou que as mudanças climáticas têm exigido uma busca permanente de soluções. A OCB junto com algumas cooperativas agropecuárias desenvolve os programas de MDL – Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – Florestal para recuperação de áreas degradadas e de Mercado de Carbono.
As ações propostas pelo governo para a redução de emissões de gases de efeito estufa foram comentadas por Thais Juvenla, do Serviço Florestal Brasileiro. Ela apresentou um histórico sobre a legislação brasileira que busca a mitigação dos efeitos da mudança do clima. Para controlar esses efeitos neste século é necessário reduzir as emissões em 17 giga toneladas (gt) até 2020. Calcula-se que 12 gt deverão ser reduzidos em países em desenvolvimento, dos quais 5gt em florestas.
A primeira parte do workshop contou ainda com a contribuição do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilvan Sampaio de Oliveira, que falou da Modelagem Climática: principais estratégias nacionais de mitigação de gases do efeito estufa e a potencial contribuição do Cerrado nesse processo, e da professora da Universidade de Brasília (UnB), Alba Valéria Rezende, que tratou do projeto de Rede de Parcelas Permanentes Cerrado-Pantanal.
Intercâmbio científico e tecnológico
O objetivo do workshop é promover o intercâmbio científico e tecnológico entre instituições de pesquisa e órgãos governamentais, visando discutir a potencial contribuição e inserção da Embrapa Cerrados no tema, no sentido de identificar demandas para pesquisas futuras. Na sexta-feira (20), última dia do encontro, serão formados grupos temáticos para avaliar o assunto. Também participam dos debates especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério do Meio Ambiente, além das unidades da Embrapa: Agrobiologia, Instrumentação Tecnológica e Meio Ambiente.
Juliana Caldas e Liliane Castelões
Embrapa Cerrados
/ (61) 3388-9945
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