Movimentações do trigo ficam por conta de leilões da Conab

10.08.2012 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Safras & Mercado

Mais uma vez os leilões da Conab foram os responsáveis pelas movimentações no mercado brasileiro de trigo. Com o dólar acima de R$ 2,00 e os preços internacionais em alta, importar se tornou menos vantajoso para os moinhos. Outra dificuldade é a escassez de trigo de boa qualidade no período de entressafra no mercado brasileiro.

Os leilões ocorridos nesta sexta-feira negociaram 87.008,894 toneladas de trigo, do total de 101.403,142 toneladas ofertadas nos leilões de venda realizados hoje. O aviso 276/12 negociou 91,21%, ou 45.606,304 toneladas com valor total da operação de R$ 25.783.960,74. O aviso 677/12 negociou 80,11%, ou 40.272,413 toneladas, do cereal ofertado com valor total da operação de R$ 22.088.746,15. O aviso 278/12 negociou 100%, ou 1.130,177 toneladas, do cereal ofertado com valor total da operação de R$ 587.416,91.

O plantio já foi finalizado nos dois estados produtores brasileiros (Rio Grande do Sul e Paraná) e agora as lavouras dependem das condições climáticas para favorecerem seu desenvolvimento. Segundo o último relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) do Paraná, encontram-se em boas condições 86% das lavouras, 12% em condições médias e 2% em condições ruins. Do total, 0% das plantações estão em germinação, 40% em desenvolvimento vegetativo, 23% em floração, 28% em frutificação e 9% em floração.

De acordo com o mais recente relatório da Emater/RS, a semana não apresentou novidades para a cultura. Devido às boas condições meteorológicas registradas durante o último período, as lavouras evoluem de maneira satisfatória, sem apresentar maiores dificuldades em seu desenvolvimento e demonstrando boas condições fitossanitárias na maioria dos casos. Na atualidade, cerca de 3% do total da área plantada começa a entrar em fase de floração, contra uma média de 1% em anos anteriores. As que se encontram em desenvolvimento vegetativo seguem em controle de pragas e moléstias, bem como recebendo adubações nitrogenadas em cobertura, sempre que a umidade presente no solo assim o permite

Nesta sexta-feira (10), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) divulgou seu relatório mensal sobre a safra de trigo mundial. O destaque ficou por conta da nova redução da safra dos países da região do Mar Negro. A safra 2012/13 total do bloco de países anteriormente pertencente à União Soviética (entre eles Rússia, Cazaquistão e Ucrânia) é estimada em 82,96 milhões de toneladas, nova redução em relação ao relatório anterior que indicou 88,56 ,milhões de toneladas. Na temporada 2011/12, a safra é projetada em 114,42 milhões de toneladas. Mesmo com a redução da safra, o bloco deve produzir mais do que os 81,06 milhões de toneladas de 2010/11, quando uma forte estiagem castigou as lavouras e levou a proibição das exportações na Rússia.

As exportações do bloco devem ficar em 21,61 milhões de toneladas, abaixo dos 23,61 milhões de toneladas previstos em julho, retração em relação aos 38,11 milhões de toneladas estimados para 2011/12, mas ainda acima dos 13,88 de 2010/11. Os estoques finais do bloco devem ficar em 17,68 milhões de toneladas, queda em relação aos 26,65 milhões de toneladas da temporada anterior.

A safra da Rússia é projetada em 43 milhões de toneladas em 2012/13, abaixo dos 49,00 esperados no relatório de julho. Os estoques finais também devem apresentar redução, passando de 9,57 milhões de toneladas para 8,47 milhões de toneladas.

No Cazaquistão, a estimativa é de que sejam produzidos 11 milhões de toneladas, contra a estimativa anterior de 13 milhões de toneladas. Entretanto as exportações devem se manter estáveis em 7 milhões de toneladas.

A Ucrânia deve produzir 15 milhões de toneladas, contra 13 milhões de toneladas estimadas no relatório de julho. As exportações devem ficar em 6 milhões de toneladas. A estimativa dos estoques finais do país caiu para 2,11 milhões de toneladas.

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