Morre Napoleão Beltrão, chefe-geral da Embrapa Algodão

15.07.2013 | 20:59 (UTC -3)
Jany Cardoso

A pesquisa brasileira perde um de seus grandes e obstinados colaboradores. Faleceu, ontem (14), o chefe-geral da Embrapa Algodão Napoleão Esberad de Macêdo Beltrão, aos 63 anos, no Hospital da Unimed, em João Pessoa vítima de falência múltipla dos órgãos. Convalescente de um infarto do miocárdio, vinha enfrentando complicações em vários órgãos. Nas últimas semanas seu estado se agravou. O corpo será velado a partir das 13h no Cemitério Parque das Acácias, Rua Luiz de Lima Freire, 200, Jardim Américo, em João Pessoa, e será sepultado no mesmo local, às 16h.

Napoleão Beltrão deixa pelo Brasil afora uma grande legião de amigos, empregados, bolsistas e alunos que com ele conviveram e o admiravam. Deixa também, uma enorme contribuição à pesquisa agropecuária Brasileira, em especial para a cadeia produtiva dos produtos trabalhados pela Unidade: amendoim, gergelim, mamona, sisal e algodão. Abre-se uma grande lacuna na pesquisa brasileira, e na área acadêmica.

Trajetória profissional

Napoleão Beltrão dedicou 39 anos de sua vida à área de pesquisa e desenvolvimento dos quais 37 à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um dos fundadores da Embrapa Algodão, em Campina Grande, Paraíba, foi o primeiro pesquisador contratado em 1974, à época de sua criação. Exerceu por diversas vezes, funções de gerenciamento, dentre elas: chefe de P&D e chefe-geral da Embrapa Algodão por várias gestões, a última, iniciada há cinco anos.

Engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Pernambuco em 1972, possuía Mestrado em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará, em 1976, e doutorado em fitotecnia, área de concentração fisiologia da produção pela Universidade Federal de Viçosa, MG, 1982, Pós-Doctor em Engenharia Agrícola na Universidade Federal de Campina Grande, PB e Bolsista do CNPq, Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora além de outros cursos.

Foi professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Campus de Areia, lecionando em cursos de pós-graduação e orientando dissertações de mestrado e teses de doutorado. Produziu mais de 200 artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais e participou do desenvolvimento de tecnologias para as culturas do algodão, mamona, amendoim, gergelim e sisal.

Publicou vários livros em temas agronômicos, com destaque para o “Agronegócio do algodão no Brasil e o Agronegócio do gergelim no Brasil e teve autoria em capítulos de vários outros.

Recebeu diversos prêmios por trabalhos publicados e desempenho acadêmico, destacando-se o Prêmio Banorte e o ANDEF do Manejo Integrado.

Atualmente dedicava-se à cultura da mamona com vinculação energética para a produção de biodiesel, sendo membro fundador da Rede Nordestina de Biodiesel.

O Doutor Napoleão era um exímio professor, palestrante e conferencista, que nas suas apresentações pelo Brasil, deixava a sua marca de grande conhecedor e entusiasta das inovações tecnológicas das pesquisas, como instrumento de transformação da sociedade.

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