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O mofo branco, responsável por oscilações importantes na balança de exportação da agricultura brasileira foi o assunto da palestra Estratégias de manejo e controle do mofo branco, ministrada pelo professor e pesquisador da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), David de Souza Jaccoud Filho, no simpósio realizado paralelamente ao 47º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, que se encerra nesta sexta-feira, 22, em Londrina (PR).
Estratégias para combater uma doença silenciosa, porém perigosa às lavouras brasileiras foram o foco das discussões durante todo o dia. As estatísticas confirmam os danos. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a safra de soja de 2011 e 2012 teve perdas totais de 0,7% por conta da doença, além de outros fatores causados por reviravoltas climáticas.
Segundo Jaccoud, o mofo branco, que surge após o ataque do fungo escleródio nas plantas, inicia o ataque sorrateiramente, longe das vistas dos produtores. “O mofo branco aparece primeiro nas hastes das plantas e depois se alastra. Quando notado, o estrago na lavoura já está adiantado”, explica o professor. O escleródio atinge até 500 culturas diferentes, desde a soja até alface, feijão, algodão, girassol, ervilha, entre outras.
As formas de contágio também são variadas. Em geral, estima-se que ocorram principalmente pela disseminação de sementes infectadas. Mas também é possível pelo uso de máquinas agrícolas que trabalharam em regiões infectadas e até pelo ar. Uma vez na lavoura, a disseminação da doença se torna homogênea. Mesmo tratada, chega a permanecer dez anos inoculada no solo, comprometendo, inclusive, lavouras de outros proprietários limítrofes.
O combate ao mofo branco pode ocorrer de diversas maneiras, segundo o pesquisador, sempre levando em consideração o estágio da doença e a área afetada. O uso de ácido oxálico em algumas cultivares, por exemplo, mesmo ainda em fase de testes, é uma dessas formas. Paralelamente, o espaçamento de culturas também pode ser utilizado para o controle da doença. “Às vezes a plantação fica muito fechada, o que impede que o agente defensivo chegue ao solo”, explica. Segundo ele, alguns produtos alternativos, como extratos vegetais, também em fase de testes, já apresentaram bons resultados.
Além das formas de manejo, a qualidade das sementes também é importante. O produtor deve se preocupar com a sanidade delas, assim como verificar a certificação e procedência dos materiais. “Não existe ‘receita de bolo’. Uma fórmula que funcionou em uma propriedade pode não funcionar na outra. Tudo depende do nível de infestação, da área e das condições do solo”, afirma.
AMEAÇA AO FEIJÃO – As palestras Manejo integrado de mofo branco no feijoeiro, ministrada por Trazilbo José de Paula Júnior, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas gerais (Epamig), e Controle biológico do mofo branco no Brasil: situação atual e perspectiva, apresentada por Murillo Lobo Junior (Embrapa Arroz e Feijão), trataram de estratégias para conter a doença em das culturas mais importantes para a mesa do brasileiro.
Com foco na região de Minas Gerais, o pesquisador da Epamig abordou formas de controle da doença, como o espaçamento de plantas. “O espaçamento deve ser feito de acordo com o grau de infestação. Em regiões muito infestadas, é importante ter não mais do que oito plantas por hectare”, observa.
O investimento no melhoramento de sementes, uma das estratégias mais eficazes ao combate ao mofo branco, também é importante. “Em novembro, terminaremos de desenvolver uma nova variedade, mais resistente ao fungo”, adiantou o pesquisador. Segundo ele, a doença está presente em todas as regiões do estado, embora esteja concentrada no Noroeste devido ao clima ameno e à umidade, comuns em algumas épocas do ano.
Murillo Lobo Junior, da Embrapa Arroz e Feijão, abordou os acertos, desafios e perspectivas do controle biológico para a contenção da doença. Definido como um controle por micro-organismos vivos, o controle biológico, segundo o pesquisador, atua no solo e combate a doença inoculada, onde os agroquímicos não atuam. “Defendemos o manejo integrado, que não é só o uso de controle biológico, mas também dos fungicidas”, explica.
As primeiras pesquisas em controle biológico datam da década de 1930, mas a prática só se tornou massificada há dez anos, quando outras condições que travavam a armazenagem e comercialização de produtos foram superadas. Os principais desafios dessa nova forma de combate são expressivos. “Aliá-la ao uso de sementes no cultivo, em vez de grãos de feijão, é fundamental. As sementes são certificadas e evitam a proliferação da doença no solo”, afirma.
Para que isso ocorra, no entanto, é necessário investir em assistência técnica e conscientização dos agricultores. “O produtor, muitas vezes por desconhecimento, utiliza os próprios grãos na semeadura, e não as sementes certificadas”, explica. O preço, em sua opinião, pode ser um entrave para produtores de menor renda, mas compensa os gastos futuros. “Semente é investimento”, enfatiza.
A promoção do evento é da Sociedade Brasileira de Fitopatologia e realização da Universidade Estadual de londrina (UEL), Embrapa Soja e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
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