Mofo-branco: alta incidência afeta produtividade agrícola

Com estimativa de 6 milhões de hectares contaminados, especialistas orientam sobre como tratar a doença

09.05.2018 | 20:59 (UTC -3)
Ingrid Ribeiro

Identificado pela primeira vez no Brasil em 1921, o mofo-branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, surgiu no estado de São Paulo, em plantações de feijão. Em pouco tempo, espalhou-se por quase todos os estados do país, especialmente Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, migrando também para outras culturas, como soja e o algodão.

Hoje, a doença afeta mais de 400 espécies de plantas e os danos se manifestam com mais severidade em regiões com clima chuvoso, temperatura amena e alta umidade relativa do ar. Na safra 2017/2018, o mofo-branco atingiu, principalmente, a região nordeste do Rio Grande do Sul, contribuindo para a redução da produtividade nas lavouras de soja. No país, a estimativa é de que 6 milhões de hectares, de um total de 70 milhões cultivados, apresentem a praga, o que representa cerca de 9% do total.

Apesar dos elevados danos ocasionados à cultura da soja, medidas de controle utilizadas de forma integrada podem ser adotadas pelos produtores. “Destaque para semeadura de sementes livre do patógeno e tratadas com fungicidas eficazes, limpeza de implementos agrícolas, rotação de culturas com gramíneas associado à formação de palhada, uso de cultivares com arquitetura menos propícia à evolução da doença e espaçamento entre linhas e população adequada ao cultivar e controles biológico e químico na parte aérea”, explica o Prof. e Dr. Hercules D. Campos, da Universidade de Rio Verde.

A principal forma de infecção das plantas de soja ocorre pelos ascosporos do fungo, que são produzidos nos apotécios, decorrentes da germinação carpogênica dos escleródios. Esses ascosporos colonizam preferencialmente as pétalas de soja, que servem de substrato para o fungo no início da infecção nas hastes e nos pecíolos. Os primeiros sintomas são lesões encharcadas nas folhas ou qualquer outro tecido da parte aérea da planta. Uma eflorescência branca também aparece nos tecidos infectados, porém, após um período, o micélio transforma-se em massa negra e rígida, o escleródio, que é a forma de resistência do fungo.

O mofo-branco é tão importante que, em 2015, foi incluído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como um dos oito alvos de maior risco fitossanitário para o Brasil, para os quais deve ser priorizado o desenvolvimento e o registro de tecnologias para controle.

 Controle

Atenta aos problemas dos produtores brasileiros, a Ourofino Agrociência conta em seu portfólio com o ParrudoBR, um fungicida procimidone eficaz no controle do mofo-branco. “A solução líquida, com fixação superior e partículas micronizadas, proporciona facilidade no preparo da calda, melhor recobrimento e maior período de controle e segurança”, destaca Marco Cunha, gerente de Produtos Inseticida e Fungicida da empresa.

O ParrudoBR faz parte do Focus 360, programa da Ourofino Agrociência que traz um novo conceito no manejo de resistência em soja, milho e algodão. Cunha explica que são diversas soluções, entre herbicidas, inseticidas e fungicidas, e serviços técnicos específicos que possibilitam ao produtor soluções integradas para o manejo de plantas daninhas, pragas e doenças que podem ocasionar prejuízos nas lavouras.

No controle do mofo-branco, a aplicação de fungicidas foliares é uma das principais medidas e deve ser adotada para proteger as plantas da infecção pelo patógeno, no período de maior vulnerabilidade da soja, que compreende o início da floração ou fechamento das entrelinhas até o início de formação de vagens.

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