Missão brasileira pode ir a Moçambique conhecer Amarelecimento Letal em Coqueiros

18.03.2013 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

A possibilidade de formar uma missão técnica para conhecer e entender a gravidade de uma doença que está dizimando plantações de coqueiros em Moçambique, denominada de Amarelecimento Letal (Coconut Lethal Yellowing), levou representantes da indústria de coco do Grupo Aurantiaca, Pitt Dõrr, Elder Quadroa e Roberto Lessa a procurar o secretário da Agricultura da Bahia, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, para buscar apoio. A reunião aconteceu na manhã desta segunda-feira (18), no gabinete do secretário.

Apesar da doença não existir no Brasil, o grupo demonstrou preocupação em desenvolver ações preventivas para que a doença não chegue ao país e, para isso, pede ajuda ao governo baiano. “Existe um grande problema nas lavouras de coqueiro no México, na Jamaica e, principalmente em Moçambique, fruto do ataque desta doença. A missão seria para entender a gravidade da doença e, ao retornarmos para o Brasil, tomarmos decisões que nos prepare para a eventual chegada desta doença, que pode afetar não apenas a economia, mas a paisagem e o turismo”, explicou o vice-presidente da indústria, Roberto Lessa.

Eduardo Salles assumiu o compromisso de oficializar o convite à Embrapa, à Confederação Nacional da Agricultura, ao Ministério da Agricultura, através da Diretoria de Defesa Vegetal, à Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda), vinculadas à Seagri e aos secretários de Agricultura de Sergipe, Ceará e do Pará. Salles também agendou audiência do grupo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmara, para contar com o trabalho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

“As alternativas aventadas por nós durante a reunião são fortalecer as barreiras sanitárias, através de um Plano de Contingenciamento e um Plano de Emergência e, em paralelo, utilizarmos a pesquisa para encontrarmos geneticamente variedades de coqueiros tolerantes a essa doença”, disse o secretário da Agricultura, acrescentando que, ainda esta semana, enviará ofício ao o governo federal e à Embrapa, para que a empresa possa aprofunde as pesquisas, visando indicar os caminhos que precisam ser planejados.

Os representantes da Aurantiaca ainda fizeram um relato sobre as atividades que estão sendo realizadas no município de Conde, onde está instalada, a exemplo do processamento de fibras do coco e, até o fim de 2013, pretendem fabricar água de coco.

Salles solicitou que a indústria ajude agricultores familiares situados na região de Cipó, Ribeira do Amparo e Tucano, onde existem perímetros irrigados e que precisam de culturas que tragam retorno financeiro para os agricultores. “Queremos dar sustentabilidade a aquela região, em parceria com a Aurantiaca, fornecendo assistência técnica e o que for preciso. Enquanto o coco não estiver pronto para colheita, os pequenos produtores podem cultivar hortaliças e maracujá”, pontuou.

De acordo com Roberto Lessa, a idéia interessa à indústria, que fica a cerca de 200 km de distância dos perímetros irrigados, na produção da água de coco. Para viabilizar esta parceria, o superintendente de Irrigação da Seagri, Marcelo Nunes, se reunirá com os representantes da Aurantiaca para acertar os detalhes de uma visita e conversa com os produtores.

O amarelecimento letal do coqueiro ( Coconut Lethal Yellowing) é uma doença causada por um fitoplasma e vem atingido os coqueirais que circundam as praias da costa atlântica e algumas ilhas da América do Norte e Central. A praga ataca coqueiros e outras palmáceas e está se disseminando rapidamente. Registrada a praga em uma área, a paisagem muda em questão de meses. Os coqueirais afetados lembram postes após uma explosão e a imagem contrasta com os cartões postais de praias tropicais.

Plantas susceptíveis morrem em um período de 3 a 6 meses após o aparecimento dos primeiros sintomas. Em 1980 a praga foi responsável pela morte de mais de 7 milhões de palmeiras na Jamaica. Epidemias similares à da Jamaica ocorreram também em Cuba, Haiti, República Dominicana, Bahamas e Flórida. Em 1997 a praga chegou a Cozumel e Cancun no México e seguiu pela península de Yucatán até Honduras.

Se a disseminação continuar, a praga provavelmente atingirá a Nicarágua, Costa Rica e Panamá, antes de alcançar a América do Sul. O amarelecimento letal não existe somente nas Américas e agentes infectivos proximamente relacionados a esta praga estão também causando destruições em plantações de coco na África.

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