Ministro visita fazenda-modelo em Goiás

09.06.2009 | 20:59 (UTC -3)

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, esteve segunda-feira (08/06) em Ipameri/GO para visitar fazenda-modelo do projeto de Disseminação de Tecnologias em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

O projeto é liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A fazenda visitada foi a Santa Brígida, propriedade de Marize Porto Costa, cuja atividade principal até o ano 2006 era a pecuária de corte. No entanto, enfrentava problemas com a degradação de pastagens, situação bastante comum na região sudeste do Estado de Goiás, onde está a propriedade. No entanto, por meio de parcerias com o setor privado e com a Embrapa, a Santa Brígida se tornou em apenas três anos um caso bem-sucedido que visa à transferência de tecnologias para produtores rurais.

Em outubro próximo, este projeto, iniciado em 2006 na fazenda Santa Brígida, completa três anos.

Mangabeira Unger veio conhecer o projeto em Goiás, já que o Estado é pioneiro, há dez anos, nesse sistema, que foi criado por órgãos do governo estadual em parceria com a Embrapa. Por essa razão, esse projeto já é base para outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, nos mesmos moldes. Posteriormente, será feito um projeto similar em abrangência nacional.

No caso da Santa Brígida, as pastagens degradadas foram integradas com as lavouras por meio do consórcio entre grãos e forrageiras. Na safra de verão, nas áreas onde o solo estava mais fraco, foi realizado o Sistema Barreirão, com o consórcio de arroz com braquiária. Nas partes já corrigidas, foi implantado o Sistema Santa Fé, o consórcio de milho com braquiária. Em ambas situações, após a colheita, o pasto se encontra formado para os animais. A vantagem é que os custos com a reforma ou recuperação das pastagens são abatidos com a produção de grãos. Os experimentos realizados nesta fazenda-modelo são conduzidos somente com o plantio de lavoura de capim com milho ou com soja. Mas em outras propriedades pode ser diversificado, dependendo da tendência da região.

No início do projeto, a fazenda Santa Brígida tinha capacidade para 500 animais e hoje aumentou para 2 mil cabeças. A produção média de soja, que era de 50 sacas por hectare, hoje passou para 130 sacas/ha. (A média nacional está em 80 hectares/2009) Desde a implementação deste projeto, a produção na área mais que duplicou e o número de animais por hectare teve o número triplicado.

Tradicionalmente, em tempos de seca, os animais perdem em média 270 gramas diariamente, enquanto nesta propriedade ocorre o inverso. Há um ganho de peso em média de 300 gramas por dia, em regime de pastagem. Assim, ao final do período da seca, o animal ganha, em média, três arrobas e meia, em regime de pastagem extensiva. O ciclo desse projeto é concluído num período de quatro anos, sendo feito por etapa seguindo o plantio consorciado: capim e soja ou capim e milho.

Para que sejam resolvidos os problemas operacionais deste modelo de projeto, três questões precisam ser resolvidas em qualquer outra propriedade. A primeira são os recursos financeiros, com linhas especiais de crédito e a ampliação da aquisição de animais; a segunda questão é relativa a contrapartida dos estados em preparar seus extensionistas, já que a Embrapa treina, atualmente, 380 técnicos para este fim.

A terceira questão é a necessidade de se criar um sistema de comercialização para os produtos a ser vendidos, sem a figura do atravessador, do projeto Integração lavoura-floresta. Também estão envolvidos no projeto a Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás (Seagro) e a prefeitura de Ipameri.

Mais informações: (62) 3201 8905

Fonte: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás (SEAGRO) -

/ 62 3201-8905

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