Ministério defende aumento da irrigação para enfrentamento da crise hídrica

País tem potencial de 30 a 45 milhões de hectares de áreas irrigáveis, mas hoje só ocupa 6,5 milhões

09.03.2016 | 20:59 (UTC -3)
Priscilla Mendes

O coordenador-geral de Irrigação e Estratégias contra a Seca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Demétrios Christofidis, defendeu o aumento das áreas irrigadas no Brasil como forma de enfrentar a crise hídrica na agropecuária.

Christofidis participou nessa terça-feira (8) de uma audiência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados destinada a debater os efeitos da escassez de água no país e propor medidas que minimizem os impactos.

O Brasil tem potencial de 30 a 45 milhões de hectares de áreas irrigáveis, mas atualmente apenas 6,5 milhões de hectares são efetivamente irrigados, informou o coordenador.

Atlas da água

Para mitigar os impactos da seca, o Mapa defende a ampliação das áreas e o aperfeiçoamento dos perímetros que já estão sob irrigação. Christofidis afirmou que, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e com a Agência Nacional de Águas (ANA), o ministério está desenvolvendo o Atlas da Água, que vai mapear detalhadamente a situação.

“A partir desse atlas, poderemos, com pequena inflexão nos cuidados com as áreas irrigadas, seja por expansão, seja por melhoramento, modificar nossa capacidade produtiva”, disse o coordenador aos parlamentares.

O Mapa trabalha em três linhas de ação para enfrentamento da crise hídrica. A primeira é melhorar o funcionamento das áreas já irrigadas, aperfeiçoando práticas e instalando unidades demonstrativas. Em segundo lugar, está a implantação de infraestrutura hídrica, de energia e de estradas de modo a agilizar a outorga para irrigação. Por fim, vai estudar e planejar as áreas irrigáveis, com intuito de identificar áreas com aptidão.

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