Expedição Safra Goiás percorrerá 43 municípios
Fiscais estaduais agropecuários vão abordar temas como manejo pós-colheita e prevenção de pragas
O Ministério da Agricultura (Mapa) divulgou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o centeio. A iniciativa define períodos de semeadura e municípios aptos ao cultivo do cereal em nove estados brasileiros e no Distrito Federal. O estudo foi desenvolvido pela Embrapa Trigo.
A medida atende demanda do setor produtivo e deve incentivar o cultivo de centeio no Brasil. Trata-se de cereal com múltiplos usos, incluindo alimentação humana, forragem animal e melhoria das condições do solo.
O zoneamento levou em conta fatores climáticos, como risco de geadas, déficit hídrico e excesso de chuvas, além de variáveis relacionadas ao tipo de solo e ao ciclo das cultivares.
Entre os estados contemplados estão Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Bahia.
O centeio é um cereal de clima frio amplamente cultivado no mundo, mas pouco explorado no Brasil. Sua rusticidade permite que se adapte a solos pobres e ácidos, além de condições climáticas mais adversas.
Conforme explica o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, responsável pelo Zarc, “o cultivo de centeio no Brasil tem potencial para crescer devido ao seu uso versátil e à demanda crescente por alimentos integrais e dietéticos”.
Embora tenha grande importância na produção de pães integrais e dietéticos, o cultivo do centeio enfrenta desafios.
Entre os fatores que contribuem para a redução da área plantada estão a preferência do consumidor por trigo e a produtividade relativamente baixa em comparação com outros cereais.
Além disso, o centeio não passou por avanços significativos em melhoramento genético e manejo agrícola, o que limita seu desempenho nas lavouras.
Atualmente, o cultivo comercial de centeio está concentrado no Rio Grande do Sul e no Paraná, segundo o IBGE. Mas há registros informais em outros estados, como Mato Grosso do Sul. A área destinada à produção de sementes de centeio em 2024 foi de 6.297 hectares, suficiente para expandir o cultivo a cerca de 125 mil hectares.
O centeio também é valorizado como planta de serviço. Ele pode ser usado para cobertura do solo, seja de forma isolada ou em consórcios com outras espécies, melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo.
“No Brasil, o centeio tem se destacado pela sua resistência e capacidade de adaptação em solos pobres, o que o torna uma excelente escolha para recuperação de áreas degradadas”, pontua Cunha.
Clique aqui para obter mais informações sobre centeio (Secale cereale)
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