Milho aciona alarme químico para reforçar defesa contra pragas

Pesquisa revela que planta libera gás volátil que ativa respostas imunes nos vizinhos

19.08.2025 | 14:02 (UTC -3)
Revista Cultivar
doi.org/10.1126/science.adv6675
doi.org/10.1126/science.adv6675

Milhos cultivados em lavouras adensadas emitem um gás volátil que fortalece a defesa das plantas vizinhas. A descoberta é de uma equipe da Universidade de Zhejiang, na China, liderada por Dongsheng Guo.

Quando o milho cresce em alta densidade, as folhas liberam o composto linalol. Ele espalha-se pelo ar e alcança outras plantas. Ao detectar o linalol, as raízes vizinhas ativam a produção de jasmonato e outros hormônios vegetais. Isso aumenta a liberação de benzoxazinoides no solo.

Esses compostos químicos alteram a microbiota do solo. O efeito protege as plantas contra lagartas, brocas e outros patógenos. Em apenas três dias, já se observou maior resistência a lagartas nas plantas expostas ao linalol.

No entanto, o reforço na defesa reduz o crescimento do milho. As plantas desviam recursos que iriam para o desenvolvimento e investem na proteção. O estudo de campo mostrou que as plantas mais protegidas, no interior das lavouras adensadas, apresentaram menor crescimento que aquelas nas bordas.

O solo tratado com essa resposta defensiva continua protetor mesmo após a colheita. Novos cultivos se beneficiam da microbiota alterada. As plantas subsequentes ganham resistência não só contra insetos, mas também contra nematoides e doenças.

Esse mecanismo oferece vantagens para a agricultura. Os autores sugerem que o linalol pode ser explorado por meio de melhoramento genético, inoculantes microbianos ou biotecnologia. A estratégia pode reduzir o uso de pesticidas e aumentar a resiliência das lavouras.

Outras informações em doi.org/10.1126/science.adv6675 e doi.org/10.1126/science.adz7633

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