MG: Zona da Mata busca produção integrada para aumentar safra de milho

27.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

A produção de milho é um dos segmentos beneficiados pelo sistema de Integração Agricultura-Pecuária e Floresta na Zona da Mata mineira. Segundo a Secretaria da Agricultura de Minas, a estimativa para 2009 é de uma safra de 249,4 mil toneladas do grão na região. Este volume equivale a um aumento de quase 3% em relação à safra de 2008, que ficou próxima de 242,4 mil toneladas.

Existe também, para os produtores da Zona da Mata, a alternativa de utilizar no sistema de integração a produção de feijão, conjugada com o cultivo de pastagens e a produção de florestas. As vantagens que podem ser obtidas com a utilização do sistema estão sendo apresentadas no 2º Circuito Zona da Mata Integração Lavoura-Pecuária e Floresta (ILPF). Como parte do circuito foi realizado na quinta-feira (23) um dia de campo na Estação Experimental da Epamig, no município de Oratórios, com a participação do secretário da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues.

"A busca de conhecimento é indispensável para a mudança de padrões de produção com o objetivo de aumentar a demanda de alimentos de qualidade", disse o secretário. "A recomendação para os produtores adotarem a integração está no contexto da busca de resultados previstos no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), que abrange o período de 2007 a 2023", acrescentou.

Viana explicou que a Secretaria da Agricultura está propondo, para a Minas Gerais, uma integração mais ampla, com o plantio de grãos, o cultivo de pastagem e a produção de florestas. Dados da Secretaria mostram que o Estado é líder nacional em área de floresta plantada (mais de 1,2 milhão de hectares). Segundo o secretário, "estão em desenvolvimento modelos que viabilizam oportunidades para os produtores e as propriedades de maneira sustentável."

Para Viana, "esse conjunto de atividades, além de fortalecer a produção rural, possibilita a sustentabilidade ambiental, e quando o programa estiver consolidado em Minas Gerais, o Estado terá crédito de carbono". Ele observou que o milho é um dos cultivos mais utilizados na integração, e embora o custo da produção em alguns casos fique próximo da receita obtida com o grão na implantação do programa, por causa da cotação dos insumos, já nessa etapa o sistema dá resultados com o cultivo simultâneo do capim para atender à criação dos bovinos.

"Ações como o Circuito de Integração Lavoura-Pecuária e Floresta são muito importantes. Esta é uma forma de viabilizar o conhecimento para todos os produtores", ressaltou Viana.

Unidade demonstrativa

O dia de campo na estação da Epamig em Oratórios foi o segundo evento do 2º Circuito Zona da Mata Integração Lavoura-Pecuária e Floresta, desenvolvido em parceria pela Emater-MG, Secretaria da Agricultura, Universidade Federal de Viçosa (UFV), entidades dos produtores rurais e prefeituras. A série foi iniciada no município de Senhora de Oliveira, no dia 7 de abril.

Na programação de Oratórios foi incluída uma visita dos produtores à unidade demonstrativa de Integração Lavoura e Pecuária criada na Estação Experimental. Segundo o engenheiro agrônomo Rogério Jacinto Gomes, coordenador técnico da Emater-MG, Regional de Viçosa, a meta é recuperar 15 hectares de pastagem degradada com o cultivo de milho integrado ao de capim para alimentação de gado leiteiro.

O cultivo do milho, no programa realizado na estação, tem o custo da ordem de R$ 2,6 mil por hectare, por causa da correção do solo e, neste caso, deve-se considerar também que a adubação foi reforçada, pois a área de plantio estava em más condições. A estimativa é de uma colheita de quase 6 toneladas de milho por hectare, informou o coordenador. A produtividade da região é da ordem de 3,2 toneladas por hectare e a do Estado fica próxima de 5,0 toneladas, de acordo com levantamento da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura.

Gomes explicou que a receita prevista com a venda do milho ainda é um pouco inferior ao custo de produção, mas deve ser considerado que o cultivo do grão viabilizou um bom volume de pastagem para o gado, além da possibilidade de fazer o próximo plantio diretamente sobre os resíduos da colheita do milho.

De acordo com o coordenador, a Zona da Mata tem mais de 60% de seu território constituído de pastagens, e grande parte apresenta algum nível de degradação, sendo áreas indicadas para o sistema de integração. Por isso existe uma grande expectativa de resultados por meio do 2º Circuito Zona da Mata de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. As atividades vão prosseguir até 16 de junho, envolvendo os seguintes municípios: Guaraciaba, Jequiri, São Pedro dos Ferros (abril); Ponte Nova, Dom Silvério, Rosário da Limeira, Barão do Monte Alto, Piranga, Santa Cruz do Escalvado, Ubá, Teixeiras, Paula Cândido, Guiricema (maio); Piedade de Ponte Nova, Divinésia, Senador Firmino, São Domingos do Prata, Dionísio, e Rio Piracicaba (junho).

Ivani Cunha

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(31) 3215-6568 /

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