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O desempenho do café nas exportações brasileiras atingiu nível recorde em 2010, com mais de 33 milhões de sacas destinadas ao mercado externo e cerca de US$ 5,7 bilhões em divisas. O crescimento foi de 37,8% em relação ao valor exportado em 2009. Para o diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Robério Silva, o aumento na participação do grão brasileiro nos blends (mistura de grãos) internacionais e os preços favoráveis foram os fatores que aqueceram o comércio externo do produto.
“Os preços pagos já no início da colheita alcançaram R$ 300 a saca de 60 kg do café torrado de melhor qualidade, sendo que um grande volume de grãos com essas propriedades chegou a ser comercializado a níveis superiores a R$ 400 a saca”, destaca Robério Silva. Ele ressalta que o café cereja descascado também teve preço muito acima da média dos anos anteriores.
A participação mundial do café nos blends também teve papel importante naa exportações. “A crescente preferência pelos cafés brasileiros no mercado internacional demonstra que estamos aproveitando o espaço dos concorrentes que não aumentaram a produção e a exportação, colocando o nosso café de uma forma bastante competitiva em todo o mundo”, informa o diretor. A situação indica que os cafeicultores brasileiros terão ainda mais campo de trabalho para aumentar a produção, obedecendo aos critérios de sustentabilidade incentivados pelo governo federal.
Segundo o diretor, o Brasil é o único país que não está com a produção de café estagnada e sim em crescimento, inclusive nas exportações. Vietnã e Indonésia também se desenvolveram, mas os embarques brasileiros para outros países são maiores. Os principais importadores dos grãos brasileiros são Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão.
A cafeicultura teve integral apoio do governo federal para fortalecer o setor, ampliando a liberação de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Foram alocados mais de R$ 2 bilhões para as atividades cafeeiras, principalmente na pré-comercialização, já que a cultura está atravessando uma safra de ciclo alto para ciclo baixo e há necessidade de carregar os estoques para que os preços não caiam.
Sophia Gebrim
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