Mercado Agrícola - 9.dez.2025

O USDA divulgou nesta semana seu relatório mensal de oferta e demanda. Para a soja, a safra global 2025/26 foi levemente ajustada para cima, com 422,54 milhões de toneladas. A produção americana segue em 115,75 milhões, abaixo da safra anterior (119,1 mi). Exportações e estoques finais mantiveram-se estáveis. A China deve importar 112 milhões de toneladas, com consumo estimado em 133 milhões.

No Brasil, 82,8% da safra colhida (171,5 mi) já foi negociada. Restam 29,5 milhões nas mãos dos produtores. A comercialização da nova safra (projetada em 175 mi) soma 28%, abaixo da média de 36%. O Mato Grosso lidera, mas com atraso. Exportações brasileiras de soja na primeira semana de dezembro somaram 970,9 mil toneladas. O acumulado do ano chegou a 105,8 milhões, ante 97,3 mi no ano anterior. China segue como principal destino, com 85 milhões de toneladas.

No milho, o USDA manteve a safra americana em 425,5 milhões de toneladas, mas elevou as exportações para 81,3 mi, reduzindo estoques para 51,5 mi. A produção global (1,283 bi) não cobre o consumo (1,297 bi). Na safra atual da América do Sul, o déficit global chega a 22 milhões. A soma dos dois ciclos indica uso de estoques de 34 milhões de toneladas. No Brasil, 75% da safrinha já foi vendida. A exportação acumulada atingiu 36,6 milhões, superando 2024. Apenas na primeira semana de dezembro, embarcaram-se 1,728 milhão de toneladas.

Para o trigo, o USDA elevou a estimativa da safra global de 828 para 837 milhões. Crescimentos vieram de Argentina, Austrália, Canadá, UE e Rússia. Estoques finais subiram para 274,8 milhões. No Brasil, o mercado interno segue estável. Importações em dezembro somam 206,7 mil toneladas, com acumulado de 6,4 milhões no ano. Cotações variam entre R$ 1.020 e R$ 1.200.

O arroz teve embarques fortes na primeira semana: 27 mil toneladas em casca e 61 mil beneficiado. O acumulado do ano supera 1,2 milhão. Internamente, o mercado opera entre R$ 50 e R$ 55. Plantio praticamente encerrado. Há expectativa de queda de área em relação ao ciclo anterior.

No feijão, a oferta limitada começa a pressionar preços. O carioca tipo 9 negociou em São Paulo a R$ 240. O tipo comercial variou entre R$ 195 e R$ 215. O preto oscilou entre R$ 125 e R$ 135. Exportações seguem firmes. A nova safra terá menor área e produtividade.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting