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As exportações brasileiras de soja e milho atingiram níveis recordes em setembro. Dados preliminares indicam 6,51 milhões de toneladas de soja embarcadas no mês, maior volume já registrado para o período. O acumulado do ano chega a 93,1 milhões de toneladas, superando as 89,2 milhões do mesmo período de 2024. O farelo de soja também segue em alta, com 2,05 milhões de toneladas embarcadas em setembro. O complexo soja totaliza 113,1 milhões de toneladas exportadas até agora em 2025.
No milho, o Brasil também lidera. Foram embarcadas 6,63 milhões de toneladas em setembro, superando a soja e o mesmo mês do ano anterior. O acumulado de 2025 atinge 22,4 milhões de toneladas, contra 23,8 milhões em 2024.
Nos Estados Unidos, a safra avança sem contratempos. A soja atingiu 79% de maturação e 19% de colheita. A qualidade permanece estável, com 62% das lavouras classificadas como boas ou excelentes. A projeção de produção se mantém em 117 milhões de toneladas.
O milho americano apresenta desempenho ainda melhor. Colheita alcançou 18%, e 66% das lavouras são avaliadas como boas ou excelentes. O avanço da colheita pressiona as cotações em Chicago. A soja recuou de US$ 11,20 para US$ 10,60 por bushel e pode cair ainda mais nas próximas semanas. O milho também perdeu força, com contratos de dezembro abaixo de US$ 4,20.
A China segue fora do mercado americano e compra volumes elevados no Brasil, contribuindo para o fortalecimento das exportações brasileiras.
A comercialização da soja no Brasil soma 73,2% da safra 2024/25, abaixo da média histórica de 80%. Restam 46 milhões de toneladas ainda nas mãos dos produtores. Para a nova safra, apenas 19,8% foram negociados. A lentidão preocupa o mercado e pode gerar pressão de oferta na colheita.
O plantio da soja já começou no Brasil. No Paraná, 15% a 20% da área está semeada, com destaque para o oeste do estado, onde alguns produtores já plantaram até metade da área. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás também iniciaram os trabalhos. As condições climáticas devem definir o ritmo nas próximas semanas. A expectativa é alcançar até 50 milhões de hectares plantados, com aumento de área frente ao ciclo anterior.
No milho, a comercialização está atrasada. Cerca de 64% da safra foi vendida, com 48 milhões de toneladas ainda em poder dos produtores. O plantio da safra de verão no Sul já atingiu 70%, com boas condições climáticas. A área semeada pode ser um pouco menor que a do ano passado.
Os preços do milho nos portos variam entre R$ 65 e R$ 66, considerados baixos pelos produtores. O mercado busca equilíbrio entre oferta disponível e demanda da indústria de etanol e ração animal.
O trigo também vive cenário de pressão. A colheita nos EUA está encerrada. O plantio do trigo de inverno já alcança 34% da área. Rússia e Ucrânia aceleram exportações com temor de valorização do rublo.
No Brasil, o desenvolvimento das lavouras segue dentro da normalidade, apesar da redução de área superior a 20%. O mercado permanece travado, com preços entre R$ 1.250 e R$ 1.350 por tonelada e moinhos importando volumes recordes.
O algodão brasileiro tem boa qualidade, mas enfrenta lentidão nos negócios. Nos EUA, a colheita atinge 16%, com qualidade irregular.
O sorgo americano deve colher 10,2 milhões de toneladas. No Brasil, a produção caminha para superar 7 milhões. A cultura atrai atenção por demandar menos água e ocupar janelas desfavoráveis ao milho.
O arroz enfrenta queda de preços. A saca varia entre R$ 55 e R$ 56 no Rio Grande do Sul. A indústria não consegue repassar o preço ao consumidor. A exportação está lenta e a importação supera os volumes embarcados.
O feijão carioca fecha setembro em alta, com preços entre R$ 235 e R$ 280 a saca. O feijão preto também se valoriza, com indicativos entre R$ 135 e R$ 185. A oferta deve continuar restrita, sustentando as cotações no curto prazo.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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