Mercado Agrícola - 28.nov.2025

Exportações de soja e milho batem recordes, mas comercialização da safra nova preocupa

28.11.2025 | 08:40 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

As exportações brasileiras de soja devem encerrar novembro com volume entre 4,5 e 5 milhões de toneladas. Desse total, cerca de 82 milhões de toneladas foram destinadas à China. O acumulado anual se aproxima de 105 milhões de toneladas, o maior já registrado. A colheita da soja nos Estados Unidos foi finalizada, e o mercado global agora direciona a atenção à América do Sul.

No Brasil, o plantio da soja alcançou 85%. A média histórica para o período é de 90%. A comercialização da safra colhida está entre 80,5% e 81%, abaixo da média de 85% a 86%. A safra nova também avança devagar, com apenas 27,5% negociados, frente à média de 36%. Esse atraso acende alerta para a concentração de vendas durante a colheita.

O complexo soja deve gerar mais de US$ 2,6 bilhões em novembro.

Situação do milho

No milho, os Estados Unidos encerram a colheita com 98% da área concluída. No Brasil, a primeira safra já superou 95% de área plantada. A safrinha teve 113,3 milhões de toneladas colhidas, das quais cerca de 72,5% foram vendidas. Há 37,3 milhões de toneladas ainda nas mãos dos produtores, o que pode beneficiar o setor de ração, que pretende comprar entre janeiro e fevereiro.

As exportações brasileiras de milho devem superar 5 milhões de toneladas em novembro, podendo alcançar 5,3 milhões. O acumulado do ano já passa de 35 milhões de toneladas.

Situação do trigo

No mercado de trigo, a possibilidade de fim da guerra na Ucrânia e o corte de juros nos Estados Unidos podem valorizar a commodity. A safra brasileira se aproxima de 7,5 milhões de toneladas, com boa qualidade. No Rio Grande do Sul, mais de 85% da colheita foi concluída. Os preços seguem estáveis: entre R$ 1.030 e R$ 1.050 no mercado gaúcho e de R$ 1.100 a R$ 1.200 no Paraná.

Situação do arroz

O arroz encerra novembro sob pressão de baixa. No Rio Grande do Sul, mais de 95% da área foi plantada. A safra terá menor área, tecnologia e produtividade. Santa Catarina apresenta bom desenvolvimento. Tocantins, Goiás e Mato Grosso enfrentam queda de área. No Paraguai, chuvas atrasaram o plantio, que pode não atingir 70%. A oferta menor nesses países pode reduzir a pressão sobre o mercado.

As cotações seguem baixas: promoções variam de R$ 10 a R$ 18, com a maioria das marcas entre R$ 17 e R$ 26. O arroz brasileiro, mais barato do mundo, ajudou a conter a inflação. Mas o cenário pode mudar a partir de 2026.

Situação do feijão

O feijão enfrenta dificuldades. A primeira safra sofreu com clima e redução de área. A produção pode não atingir 800 mil toneladas, ante 1 milhão no ano anterior. Apesar disso, o Brasil deve bater recorde de exportações em 2025, podendo chegar a 500 mil toneladas.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

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