Colheita de soja nas Planícies Tropicais encerra no dia 20
Governo do Tocantins monitora 50 mil hectares em área com produção de sementes de alto vigor
A colheita de soja nos Estados Unidos alcançou 10% da área, índice acima da média histórica (8%) mas abaixo do registrado em 2024 (11%). Cerca de 50% das lavouras já estão em maturação. O USDA estima safra de 117,1 milhões de toneladas. A produtividade inicial está dentro do esperado, sem grandes surpresas. No entanto, analistas veem o número como possivelmente otimista, já que em 2024, com lavouras de melhor qualidade, os EUA colheram 118,8 milhões de toneladas.
No Brasil, os embarques de soja entre janeiro e setembro ultrapassaram 90 milhões de toneladas. Em 2024, no mesmo período, foram 87 milhões. O país já exportou mais de 3 milhões de toneladas apenas em setembro, com possibilidade de repetir as 6,1 milhões do mesmo mês do ano passado. O farelo de soja também mantém ritmo forte, com mais de 18 milhões de toneladas embarcadas, recorde histórico. O complexo soja totaliza mais de 109 milhões de toneladas exportadas, contra 35 milhões em 2024.
A comercialização da soja brasileira de 2025 soma 124,7 milhões de toneladas, ou 72,7% da safra total de 171,5 milhões. Apesar do volume absoluto ser recorde, o percentual negociado está abaixo da média histórica de 78%. Restam ainda 46,8 milhões de toneladas disponíveis. A nova safra teve apenas 19,5% comercializada até agora. A média seria 27%. Em anos melhores, esse índice ultrapassava 30%. Em Mato Grosso, o ritmo está ainda mais lento. Produtores evitam vender antes da colheita, o que pode gerar pressão de oferta em março e abril.
Nos Estados Unidos, a colheita do milho começou e atinge pouco mais de 10%. Cerca de 50% das lavouras estão em maturação. A qualidade é considerada boa ou excelente em 67% das áreas, acima dos 63% da soja.
No Brasil, a safrinha já colhida chegou a 112 milhões de toneladas, com 63 milhões já vendidas (56%). A média histórica seria 60%. Além disso, ainda há 10 milhões de toneladas da primeira safra armazenadas, esperando melhores preços. Ao todo, cerca de 59 milhões de toneladas de milho seguem disponíveis no mercado.
O sorgo teve safra recorde no Brasil, com 6,1 milhões de toneladas. Nos EUA, a colheita alcançou 30%, dentro da média histórica. A produção americana deve ficar entre 8,5 e 10,5 milhões de toneladas, patamar recorrente nos últimos anos. As áreas de cultivo, localizadas principalmente em Kansas e Texas, enfrentam riscos climáticos elevados.
O algodão nos EUA teve 12% da área colhida, com o Texas à frente, já com 25%. A qualidade da safra americana não é considerada boa.
Na China, a produção deve ser melhor, o que reduziu o ritmo das compras futuras. O mercado segue lento, com preços entre 65 e 68 centavos de dólar por libra em Nova York.
O Brasil segue como líder mundial na exportação, com muitos contratos de longo prazo assinados em níveis superiores aos atuais.
O mercado do trigo no Brasil enfrenta baixa demanda. Os moinhos compram apenas o necessário. No Paraná, os preços recuaram R$ 50 a R$ 60 por tonelada. A colheita avança, com boa qualidade e produtividade, mesmo com queda significativa na área plantada. A produção pode ultrapassar 7 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, os preços variam entre R$ 1.240 e R$ 1.270 por tonelada.
No mercado internacional, a forte oferta do Leste Europeu pressiona os preços, impulsionada pelo receio de valorização cambial com o eventual fim da guerra na Ucrânia.
O arroz também segue com pouca movimentação. Os produtores no Rio Grande do Sul iniciaram o plantio, mas as chuvas previstas devem desacelerar os trabalhos. O preço do arroz em casca varia entre R$ 55 e R$ 62. O arroz nobre chega a R$ 65. O setor reclama da falta de acesso aos recursos do Plano Safra. No varejo, o arroz é vendido com preços promocionais, entre R$ 12 e R$ 18 o pacote de 5 quilos. Marcas nobres chegam a R$ 30. O produtor, a indústria e o varejo relatam margens apertadas.
O feijão carioca registra pressão de alta. Com o fim da terceira safra, os preços subiram, chegando a R$ 270 no mercado paulista. Em Goiás e Minas, o nobre alcança até R$ 260. A Conab reduziu a estimativa da safra para 3,07 milhões de toneladas. A oferta menor favorece reações de preço. O feijão preto também começa a subir. Já há vendas acima de R$ 250 para produto nobre. A demanda se mantém firme no varejo, com preços promocionais abaixo de R$ 4 o quilo. O consumo de feijão, arroz e ovos cresce entre os alimentos básicos.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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