Mercado Agrícola - 19.dez.2025

Soja perde fôlego no fim de 2025 e milho sustenta mercado ajustado

19.12.2025 | 09:21 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

No mercado internacional da soja, Chicago perdeu ritmo nas últimas semanas. A China comprou volumes pequenos, entre 100 mil e 200 mil toneladas por operação. O movimento ficou distante da projeção de 12 milhões de toneladas para o período. O clima favorável na América do Sul e a menor demanda chinesa pressionaram as cotações. Os contratos oscilaram entre US$ 10 e US$ 11 por bushel, com mercado considerado frágil. O USDA indica quadro de oferta e demanda mais ajustado à frente, o que pode sustentar preços no médio prazo.

No Brasil, a comercialização da safra 2024/25 alcança cerca de 85%, próxima da média histórica. Foram negociadas 145 milhões de toneladas de um total colhido de 171,5 milhões. A safra nova conta com 98% da área plantada, acima do ritmo da semana anterior. As lavouras mostram boas condições na maior parte das regiões. A venda antecipada da próxima safra segue atrasada, com cerca de 29% negociado, abaixo da média. O cenário indica maior oferta no pico da colheita, previsto para março. A produção brasileira mantém potencial entre 175 e 180 milhões de toneladas.

O milho apresenta fundamentos firmes no mercado interno e externo. O consumo global supera a produção pelo segundo ano consecutivo. No Brasil, a demanda para etanol cresce e deve apertar ainda mais o balanço em 2026. A safrinha teve ritmo de vendas próximo do normal, com 77,5% comercializado de uma produção recorde de 113,3 milhões de toneladas. Restam cerca de 30 milhões de toneladas disponíveis para o início de 2026. As exportações de milho podem fechar 2025 perto de 41,5 milhões de toneladas.

O trigo enfrenta pressão com o aumento da produção mundial. Rússia, Canadá, Austrália e Argentina ampliaram suas safras. Em Chicago, os preços variaram entre US$ 5,10 e US$ 5,60 por bushel. No Brasil, o mercado segue lento. A safra fechou perto de 7,5 milhões de toneladas. A maior parte do volume permanece nas mãos dos produtores. No Rio Grande do Sul, os preços giraram entre R$ 1.020 e R$ 1.050 por tonelada. No Paraná, entre R$ 1.100 e R$ 1.200.

O arroz encerra 2025 com prejuízo generalizado. As cotações no Rio Grande do Sul oscilaram entre R$ 46 e R$ 55 por saca, o menor nível em mais de cinco anos. O custo de produção superou os preços recebidos. Houve leve reação no Centro-Norte, com valores próximos de R$ 70 por saca. A Conab anunciou leilões de Pepro e PEP com 444,9 mil toneladas para dar liquidez. A alta das cotações asiáticas e o câmbio podem apoiar exportações em 2026.

O feijão fecha o ano com sinais de recuperação. A primeira safra caiu em área e produtividade. A produção não deve passar de 800 mil toneladas, contra 1,05 milhão no ciclo anterior. Em dezembro, o feijão carioca nobre teve indicações entre R$ 235 e R$ 250 por saca. O feijão comercial ficou entre R$ 200 e R$ 225. O feijão preto mostrou leve alta, com preços entre R$ 130 e R$ 140. O mercado deve ganhar ritmo a partir da segunda quinzena de janeiro.

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