Melhoramento genético de cenouras traz mais produtividade e atende às exigências do consumidor

Escolha e utilização de variedades adaptadas são de extrema importância para os produtores obterem êxito no cultivo em estações mais quentes e úmidas

25.09.2018 | 20:59 (UTC -3)
Juliana Bonassa

No Brasil o cultivo da cenoura está dividido em verão e inverno, sendo o cultivo no verão de maior complexidade, uma vez que existem inúmeros fatores ambientais que influenciam no desenvolvimento da cultura como: temperatura, fotoperíodo, chuvas, problemas fitossanitários, entre outros que interferem na produção. Por isso a escolha e utilização de variedades adaptadas a estas condições são de extrema importância para os produtores obterem êxito no cultivo em estações mais quentes e úmidas.

A Agristar tem investido nos últimos anos em seu programa de melhoramento genético para culturas tropicais, entre elas a cenoura de verão, onde tem buscado o desenvolvimento de materiais adaptados às diferentes regiões do Brasil, com o objetivo de introduzir no mercado produtos que atendam às exigências tanto dos produtores quanto dos consumidores. Fruto desse trabalho, as cenouras híbridas de verão AGR 123 e AGR 125 foram lançadas recentemente no mercado, e são resultado da pesquisa com genética 100% nacional. São materiais que apresentam elevada produtividade, de ciclo precoce, entre 90 e 100 dias após semeio e são resistentes às principais doenças foliares.

“Ambas possuem raízes de formato cilíndrico com fechamento de pontas arredondado, pele muito lisa e coloração alaranjada intensa, tanto interna quanto externamente. São materiais de excelente padronização das raízes, o que contribuirá para melhor rentabilidade ao produtor. Outra característica importante que estes materiais apresentam é a possibilidade do produtor realizar colheita mecanizada, ambos se adéquam à prática”, explica o especialista em Bulbos e Raízes, Samuel Sant’Anna.

O conhecimento das condições climáticas da região que se pretende realizar o cultivo é determinante na escolha dos híbridos, pois o Brasil tem verões quentes e chuvosos, e a alta umidade relativa associada às temperaturas elevadas neste período, favorecem o surgimento dos patógenos causadores da principal doença que afeta a cultura,  chamada de complexo das folhas, causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas hortorum pv.carotae.

“Por isso, a importância da escolha de materiais que apresentem resistência a este complexo de doenças é fundamental, assim como outro fator importante a ser considerado é a época do semeio. Esta deve ser levada em consideração, uma vez que  existe uma interação entre temperatura e fotoperíodo, que pode ocasionar o florescimento precoce em alguns casos, tornando as raízes sem valor comercial, condição indesejável aos produtores desta hortaliça, por isso o produtor deve estar atento na escolha dos materiais”, detalha Sant’Anna.

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