Novas tecnologias para controle da mancha amarela em trigo
A mancha amarela é uma das principais doenças do trigo na Região Sul do Brasil, favorecida pelo plantio direto que garante alimento para o fungo entre os cultivos
“A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal”. A partir desta frase de Nelson Mandela, a Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) dá mais um passo no cumprimento de sua responsabilidade social. Na sexta-feira, dia 21, o presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco foi conhecer a Escola Municipal Ageu Paim Hoffman, na zona rural de Cristalina-GO, no Entorno do Distrito Federal. A escola é o foco da parceria entre a Agopa e o Instituto Total. O objetivo é investir na formação continuada de professores da escola, o que repercutirá em toda a comunidade escolar.
Carlos Alberto Moresco conferiu as estruturas físicas da escola e o trabalho pedagógico que tem melhorado todos os índices educacionais dos alunos. “A escolha de um projeto bem estruturado é importante para podermos medir os resultados de nosso trabalho e investimento. Os resultados apresentados pelo Instituto Total e materializados nesta escola provam que as instituições da sociedade civil podem fazer a diferença frente aos sérios problemas do Brasil”, comenta.
O projeto
Este é o segundo ano do projeto coordenado pelo Instituto Total, que começou em 2017. Os professores foram sendo capacitados e estimulados, o que começou a gerar resultados dentro e fora da escola.
Por meio desse trabalho, em um ano, os alunos ficaram mais interessados e participativos, o quadro de evasão escolar diminuiu e a escola atraiu alunos de outras regiões e municípios. As famílias dos alunos se envolveram com a educação dos filhos. Os produtores da Aprovale viram os resultados e se envolveram cada vez mais com o projeto. Os dados comprovam: houve aumento de 15% no número de alunos; redução de 17% nas faltas; e média de 90.5% de alunos com notas azuis. Houve ainda melhoria de 50% no ambiente de trabalho e 25% no comportamento dos alunos, conforme dados do Relatório ISP 2018.
A Agopa entra nesse projeto, visto que 30% do algodão plantado em Goiás está naquela região. “A esperança é chegar a outras cidades. A Agopa reconhece seu papel como ator social e busca, por meio de iniciativas como esta, contribuir para a formação de uma sociedade mais justa”, comenta Moresco. Ainda conforme o presidente da Agopa, a intenção é melhorar o ensino e a infraestrutura, além de fortalecer a comunidades escolar.
Para a diretora da escola, Gisele Dantas, a comunidade escolar tem se fortalecido, participado das atividades. Os pais podem participar ainda mais, diz, mesmo reconhecendo as dificuldades de cada um. “Os produtores também acompanham o desenvolvimento dos alunos e dão muito suporte para a escola”, reconhece.
Para a secretária de Educação de Cristalina, Nilda Gonzati, o projeto é um sucesso e os resultados, surpreendentes. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da escola já atingiu a meta para o ano 2021, sem contar que a prova foi feita após 9 meses do início do projeto. “Você chega na escola e vê a diferença no aluno, no professor, na direção”, diz. A secretária se lembra que a Escola Ageu Paim Hoffman era a pior da rede municipal, e que tamanha transformação também é resultado do apoio dos produtores rurais da região. “O município não consegue arcar sozinho com a ampliação do projeto para todas as escolas. Buscamos mais parceiros para que o projeto melhore a vida de mais alunos e professores”, afirma.
O coordenador do Programa de Sustentabilidade Algodão Brasileiro Responsável (ABR-GO), Abner Barreto, acompanhou a visita à escola e anunciou que há interesse de produtores de Rio Verde em adotar o projeto na região. “O resultado na vida do aluno e das famílias envolvidas chamou a atenção de outras regiões de Goiás”, comenta.
Instituto é ponte entre o público e o privado
O Instituto Total busca investimentos privados para aplicar em projetos de sustentabilidade que atendam a, pelo menos, três de quatro vieses: social, econômico, ambiental ou cultural. O trabalho em Cristalina propõe durar três anos. Neste período, trabalha-se a ressignificação do processo de desenvolvimento profissional por meio de encontros mensais com os gestores, professores e equipe escolar durante um ano. Outro foco consiste na classificação e reorganização da metodologia do Instituto na escola por meio de consultoria particular com os gestores, professores e equipe escolar durante um ano. Também se trabalha a revitalização da proposta político pedagógica da escola para autonomia dos processos internos e de busca constante de ressignificações por meio de uma gestão compartilhada.
Para o Executor do Instituto Total, Josebene de Moura Filho, os dados são mensurados para se observar os avanços e necessidades para que a escola seja cada vez mais autônoma. “Os professores passam décadas na mesma escola, por isso são o foco do projeto”, explica.
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