Máquinas agrícolas enfrentam desafios e buscam novos mercados

O setor de máquinas agrícolas está diante de um cenário desafiador em 2025, marcado pela instabilidade econômica e por mudanças nas estratégias de comércio global. Esses temas foram debatidos no FederUnacoma Think Tank, evento realizado na Tenuta Castelbuono, em Bevagna, Perugia, na Itália, que reuniu especialistas para analisar os impactos do contexto econômico e geopolítico na indústria de máquinas agrícolas.

A diretora geral da FederUnacoma, Simona Rapastella, destacou que as empresas não são apenas afetadas pelos acontecimentos globais, mas também devem desenvolver estratégias para se adaptar. “As empresas não passam passivamente por eventos econômicos, mas sim os interpretam e lidam com eles com suas próprias armas”, afirmou.

Cenário global e desafios do setor

O evento apontou que tanto o mercado interno quanto os mercados externos, especialmente na Europa e América do Norte, enfrentam retração devido ao aumento dos custos de produção, logística e à incerteza econômica. Além disso, novas dinâmicas geopolíticas estão criando desafios para as estratégias de negócios das empresas do setor.

A presidente da FederUnacoma, Mariateresa Maschio, ressaltou a importância da inovação tecnológica para superar as dificuldades. “Os fabricantes criaram máquinas cada vez mais avançadas, capazes de agilizar os processos agrícolas, reduzindo insumos e melhorando a sustentabilidade. Hoje enfrentamos desafios ainda mais complexos, porque a agricultura tem necessidades tecnológicas avançadas que exigem investimentos significativos em um cenário de forte instabilidade”, explicou.

Um dos fatores que amplia essa instabilidade é a proposta do governo dos Estados Unidos de impor tarifas mais altas sobre produtos importados. Caso essas medidas sejam implementadas, as exportações italianas de máquinas agrícolas podem ser afetadas. O jornalista Federico Fubini, vice-diretor do Corriere della Sera, alertou que a política comercial americana pode forçar as empresas italianas a diversificar suas exportações e buscar novos mercados para compensar possíveis perdas.

Tendências e oportunidades de crescimento

O crescimento da demanda na Ásia foi um dos destaques do evento. Segundo Stefano Galli, da NielsenIQ, até 2032 o continente asiático representará metade dos gastos privados globais. Esse crescimento se deve ao aumento da população e à ascensão da classe média, que busca produtos de maior qualidade. Além disso, a pesquisa apontou que a sustentabilidade ambiental e econômica também tem influenciado as escolhas dos consumidores.

Na parte da tarde, o Think Tank promoveu mesas-redondas sobre temas essenciais para a competitividade das empresas do setor, como investimentos em pesquisa, renovação geracional na gestão empresarial e estratégias de marketing para o setor de máquinas agrícolas.

Diante desse panorama, a diversificação de mercados e o investimento em inovação surgem como caminhos estratégicos para que o setor de máquinas agrícolas continue avançando, mesmo diante das incertezas do mercado global.