Aplicação da nutrigenômica aponta caminhos para otimização dos cultivos
Ciência tem auxiliado o setor na busca por melhoria da produtividade e qualidade
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou na tarde de quarta-feira, 1º de julho, um treinamento por videoconferência para 100 servidores e técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), da Emater e do próprio Ministério para prevenção e controle do gafanhoto Schistocerca cancellata, também chamado de espanhol, esperanza e langosta voladora.
"Mesmo com chances remotas da nuvem de gafanhotos chegar ao território gaúcho, estamos fazendo a nossa parte para preparar o Estado para o enfrentamento. Esperamos que não seja necessário, mas se vierem, estaremos prontos para agir", afirmou o secretário Covatti Filho.
Os palestrantes do curso foram os entomologistas e professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Clerison Perini, que falou sobre espécie e fisiologia da migração do gafanhoto, e Jerson Guedes, que discorreu sobre monitoramento, controle e risco. E o entomologista e pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Dori Nava, com o tema biologia, hospedeiros e ecologia.
“O treinamento foi muito importante para aprimorar o conhecimento da espécie e possibilitar nivelamento do conhecimento entre os técnicos que estão trabalhando diretamente com esta questão. Inclusive para definir as estratégias de manejo”, afirma o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti.
Estes gafanhotos são polífagos e se alimentam de uma grande variedade de plantas nativas e cultivadas. É uma das poucas espécies de Schistocerca que, verdadeiramente, formam densas “nuvens” migratórias. As asas são rendadas e a coloração geral envolve diversos tons de marrom.
De acordo com o “Manual de Procedimentos gerais para o controle da praga Schistocerca Cancellata” publicado pelo Mapa em junho deste ano, o monitoramento dos gafanhotos jovens (ninfas) deve ser feito no solo, já que eles não conseguem voar, realizando aplicações com inseticidas em faixas. Já os adultos podem ser tratados por via aérea ou por terra com o uso de atomizadores do tipo canhão. É recomendando a aplicação com a nuvem de gafanhotos espacialmente localizada.
Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina estão em estado de emergência fitossanitária desde 25 de junho por determinação do Mapa. A medida é preventiva e deve durar um ano. O alerta foi dado pelo governo argentino no final de junho, ao acompanhar o deslocamento de uma nuvem de gafanhotos em direção ao sul do Brasil. Pelo monitoramento dos últimos dias, a nuvem permanece com baixa mobilidade, localizando-se na província argentina de Corrientes. Mas de acordo com Felicetti, a Secretaria segue em alerta monitorando a situação.
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