Encontro Brasileiro de hidroponia reúne tecnologias de produção e variedades de sementes para o cultivo
A ministra Kátia Abreu afirmou que 500 produtores de Petrolina (PE) e 500 de Juazeiro (BA) serão atendidos pelo programa de ampliação da classe média rural brasileira este ano, recebendo assistência técnica e cursos de qualificação profissional. Ela esteve nos dois municípios do Vale do São Francisco nesta manhã para apresentar ações de combate às moscas-das-frutas.
O programa – que será lançado oficialmente neste semestre pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – se chamará “Oportunidade”, pois oferecerá meios para que os agricultores das classes D e E migrem para a C, ampliando a classe média no campo. Caberá às prefeituras de Juazeiro e de Petrolina cadastrar os agricultores interessados, que devem ter renda anual de até 10 salários mínimos.
O “Oportunidade” fornecerá assistência técnica mensalmente e 200 horas de curso de qualificação profissional a cada agricultor durante dois anos. Além disso, incentivará o cooperativismo e o associativismo, com o objetivo de corrigir as imperfeições de mercado enfrentadas pelos pequenos produtores.
“Não é caridade, não é benesse, é oportunidade. Estamos fazendo um pacote de oportunidades para os pequenos aprenderem a comprar melhor seus insumos e a vender melhor seus produtos. Vamos buscar aqueles que estão fora do progresso e trazer para dentro da prosperidade da agricultura, melhorando sua renda”, discursou a ministra, durante cerimônia na sede do Sest/Senat de Petrolina.
A ministra apresentou aos produtores da região o Programa Nacional de Combate às Moscas-das-Frutas, que vai investir R$ 128 milhões até 2018 para aumentar a qualidade, a segurança fitossanitária e o consumo de frutas pelos mercados interno e externo. O Vale do São Francisco, onde estão localizados os municípios de Petrolina e Juazeiro, é um dos focos de atuação permanente do programa.
O ministério pretende alcançar o índice Mosca-Armadilha-Dia (MAD) recomendado internacionalmente, que é de 0,2. Atualmente, o Brasil está com índice de 4,0.
“Estamos com muita esperança de que no próximo ano possamos estar a 50% dessa meta. O Mapa fará sua parte alocando os recursos necessários e tomará medidas duras, coercitivas para aqueles que insistirem em dificultar nosso combate à mosca-das-frutas”, afirmou a ministra.
Acrescentou que a limpeza dos pomares é uma medida simples, porém eficaz no combate à praga. “Vamos fazer um grande mutirão para limpar os pomares. Fale com a sua fazenda vizinha, ajudem uns aos outros”, sugeriu a ministra. “Se todos se conscientizarem, podemos ter resultado em breve espaço de tempo.”
Kátia Abreu ainda anunciou aporte de R$ 1,4 milhão à Moscamed, primeira biofábrica brasileira para a produção de insetos estéreis e controle biológico de pragas. Mais cedo, a ministra visitou a sede da organização, apoiada pelo Mapa e pelo governo da Bahia.
A mosca-das-frutas é uma das pragas mais relevantes da fruticultura brasileira e causa prejuízo de cerca de US$ 120 milhões ao ano, entre perdas de produção, custos de controle, processamento e comercialização.
As principais espécies da mosca-das-frutas no Brasil estão em Roraima, Pará e Amapá, no Vale do São Francisco e na Região Sul, com prevalência da mosca-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata, que ataca principalmente acerola, manga, goiaba, uva e citros), Anastrepha obliqua (manga, cajá-manga e mamão), Anastrepha fraterculus (maçã, pêssego, mamão, citros, pera, goiaba) e Anastrepha grandis (melão, melancia, abóbora). Além dessas, uma quinta espécie ocorre em algumas regiões do Brasil e está em processo de erradicação, a mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae). Ela ataca a carambola e mais de 50 plantas.
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