Mapa conta com duas linhas no Novo PAC

Investimentos na pesquisa agropecuária e escoamento da safra contribuem para o crescimento do país

11.08.2023 | 16:47 (UTC -3)
Mapa e Larissa Morais

Lançado hoje, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contempla, pela primeira vez, de forma direta, a agropecuária brasileira. Além da retomada de investimentos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também contará com investimentos para recuperação e ampliação de estradas vicinais que, além de melhorar o escoamento da safra, vão beneficiar o transporte nas zonas rurais.

“Mais uma vez, na prática, o presidente Lula demonstra que, para ele, a eleição acabou e reconhece a importância da agropecuária brasileira. Depois de ter feito o maior Plano Safra da história, ter dado condições para aberturas de mercados, agora lança o PAC retomando investimentos na inovação e pesquisa, por meio da Embrapa e, pela primeira vez, contempla o Mapa com investimentos diretos no setor”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Na área de Inovação e Pesquisa, do eixo Educação, Ciência e Tecnologia, são previstos centros de pesquisa agropecuária, equipamentos para pesquisa agropecuária para todos os estados brasileiros e infraestrutura para organizações estaduais de pesquisa agropecuária.

Já a novidade é a participação direta do Mapa no PAC com um programa de recuperação e ampliação das estradas vicinais que poderá atender mais de 11 mil km nas cinco regiões do Brasil. As áreas a serem beneficiadas levam em consideração o Índice de Vulnerabilidade de Transporte (IVT) e a alta produção agrícola das microrregiões.

Investimentos na Embrapa

A pesquisa agropecuária nacional receberá quase R$ 1 bilhão em investimentos até 2026 por meio do Novo PAC. A Embrapa terá quase R$ 850 milhões em investimentos estratégicos para aumentar a competitividade científica do agro brasileiro, e outros R$ 145 milhões irão para o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).

De acordo com a diretora-executiva de Pessoas, Serviços e Finanças, Selma Beltrão, este é o maior volume de investimentos que a Embrapa já recebeu. Ela esclarece que o montante não inclui custeio e despesas obrigatórias. Conhecidos como investimento, recursos de capital são aplicados no patrimônio, tais como obras, construções, instalações e aquisição de equipamentos e materiais permanentes, que são incorporados ao patrimônio da instituição.

Todas as 43 Unidades Descentralizadas (UDs) serão contempladas. A distribuição de recursos entre elas buscou conciliar as demandas mais urgentes da Empresa e as prioridades do Governo Federal, como o foco nas regiões Norte e Nordeste e a conclusão de obras iniciadas ou decorrentes do PAC 2008-2010.

A diretora lembra que a Embrapa sofreu na última década com a falta de investimentos em sua estrutura de pesquisa. "O Novo PAC traz a possibilidade de a Empresa se modernizar para os próximos 50 anos e responder mais rapidamente aos desafios de garantir segurança alimentar, inclusão socioprodutiva e digital no campo, desenvolvimento de tecnologias ômicas e geração de métricas e indicadores de sustentabilidade para as diversas cadeias produtivas", afirma Selma.

Para a presidente Silvia Massruhá, o Novo PAC é uma grande oportunidade de revitalização e fortalecimento da capacidade operacional da Empresa. "Esse investimento vultoso mostra que o Governo valoriza e reconhece a importância da ciência desenvolvida pelo sistema de pesquisa agropecuário, formado pela Embrapa e organizações estaduais, para a soberania alimentar e a sustentabilidade da agricultura", diz a gestora.

Já o diretor-executivo de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, afirma que o plano é a realização de um sonho e motivo de orgulho para os embrapianos. “Sabemos que não vai atender todas as nossas demandas, mas certamente vai nos permitir aumentar nossa competitividade científica e continuar nossas pesquisas com qualidade e em sintonia com o que há de mais atual”, diz.

A proposta da Embrapa foi dividida em quatro segmentos:

1 - infraestrutura para a pesquisa agropecuária territorial e inclusiva: nesse segmento está incluída a conclusão da instalação da Embrapa Cocais e da Embrapa Alimentos e Territórios, centros que estão localizados no Nordeste, região prioritária para o Governo;

2 - investimentos para a finalização de estruturas interrompidas, incluindo aquelas criadas pelo PAC 2008: Núcleo de Inovação em Enologia para Estudos do Vinho (Embrapa Uva e Vinho); Laboratório de Solos (PronaSolos) e Sala de Mapas (Embrapa Solos); e Quarentena Vegetal (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia);

3 - demandas especiais: Núcleo de Estudos Avançados do Café; Laboratório de prospecção e uso de recursos genéticos microbianos da Amazônia; Ampliação laboratorial de sanidade animal (influenza aviária e peste suína africana); Fortalecimento do SNPA;

4 - investimentos para competitividade científica e tecnológica: destinados à implantação, expansão, modernização e reestruturação de laboratórios, instrumentação científica, máquinas e implementos, campos experimentais e automação.

Para justificar a proposta, além de uma apresentação sobre a importância da empresa para o país, os membros do grupo de trabalho argumentaram que o último investimento robusto foi o aporte do PAC Embrapa de 2008, cujos recursos esgotaram-se em 2012.

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