Manejo de plantas daninhas no algodão é difícil e requer atenção

Assunto será um dos temas do XV Encontro Técnico Algodão

25.07.2023 | 08:19 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni, edição Cultivar

O manejo de plantas daninhas será um dos temas durante o XV Encontro Técnico Algodão, realizado pela instituição, que acontece de 28 a 30 de agosto, no Gran Odara Hotel, em Cuiabá. Destaques na área são os resultados de projetos de pesquisa desenvolvidos pela Fundação MT, nas últimas três safras, considerando o sistema soja-algodão.

Espécies como o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), buva (Conyza spp.), capim-amargoso (Digitaria insularis), trapoeraba (Commelineae spp.), erva–de-Santa-Luzia (Chamaesyce hirta), vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata L.) e a corda-de-viola (Ipomea spp.) são questões sérias. Há relatos de aumento de incidência a cada safra.

De acordo com o pesquisador da Fundação MT, Lucas Heringer Barcellos, o capim-pé-de-galinha e a vassourinha-de-botão são as plantas daninhas no algodão com maior dificuldade de controle.

“Elas apresentam características morfofisiológicas que lhes conferem vantagem competitiva. Mostram também rápido crescimento nas condições edafoclimáticas do Cerrado e ainda grande quantidade de sementes”, explica.

Contudo, o principal fator que confere a dificuldade de controle delas, no caso do capim-pé-de-galinha, é a resistência a diversos herbicidas, como o glifosato e os inibidores da Acetil-CoA carboxilase. Já a vassourinha-de-botão é tolerante ao glifosato. “Por isso, com o avanço das plantas daninhas nas lavouras, está cada vez maior a exigência de que o produtor realize um planejamento eficaz de controle”, diz Barcellos.

A matocompetição gera perdas diretas, podendo comprometer a produção em áreas onde não se tem controle efetivo. “E ainda perdas por danos indiretos, depreciando a qualidade da fibra do algodão e hospedando pragas e doenças, ou seja, aumentando ainda mais o problema”, explica o pesquisador.

Para ajudar o cotonicultor, o especialista destaca quais são as principais ações para o sucesso no manejo, como integrar métodos de controle. “Além disso, conhecer a infestação e as espécies das plantas daninhas presentes na área. Planejar-se para o manejo. Começar a dessecação desde a entressafra (agora) e ainda rotacionar os talhões que irão receber algodão”, finaliza.

XV Encontro Técnico Algodão

O encontro técnico algodão tem o objetivo de disseminar dados de pesquisa de diferentes instituições, apresentar o posicionamento da Fundação MT, promover o diálogo sobre os gargalos da cotonicultura, debater aspectos da safra e planejar a próxima. São três dias nas modalidades híbrida e presencial, com muitas informações para a classe produtora e profissionais do setor se atualizarem.

As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas aqui.

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