Comissão sobre mudanças climáticas discutirá planos governamentais na quarta-feira (31)
Os investimentos em tecnologia realizados pelos produtores mineiros para aumentar a safra de mamão estão garantindo bons resultados. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a produção do fruto nas lavouras do Estado, em 2012, deve superar a do ano passado, que alcançou 45 mil toneladas e foi cerca de 50% maior que a anterior.
De acordo com a Seapa, o crescente índice de irrigação das lavouras mineiras, inclusive de agricultura familiar, é o principal responsável pelo aumento da produção de mamão nos últimos quatro anos. “Sobretudo no período atual, marcado por estiagem prolongada”, observa o subsecretário de Agricultura Familiar, Edmar Gadelha. Ele destaca a participação da agricultura familiar, que tem melhorado o desempenho de suas lavouras mediante a utilização de tecnologia e boas práticas que possibilitem o aumento da produtividade.
Edjan Eustáquio Guerra, extensionista da Emater-MG (vinculada à Seapa) no município de Pirapora, informa que a produtividade nas propriedades que dispõem de alta tecnologia em irrigação pode superar a marca de 100 toneladas por hectare/ano. Já os agricultores familiares têm alcançado até 60 toneladas por hectare.
O Norte de Minas lidera a produção estadual de mamão com cerca de 34,0 mil toneladas registradas no ano passado. Segundo Guerra, Pirapora conta com 22 hectares plantados da variedade formosa, e o principal estímulo ao produtor é o aumento da demanda pelo fruto. “A colheita segue com bons resultados”, diz o técnico.
O mamão de Pirapora é destinado exclusivamente ao consumo de mesa, sendo comercializado por meio dos entrepostos da Ceasa Minas localizados em Uberlândia, Patos de Minas e Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte.
Dados da Ceasa Uberlândia mostram que, no período de janeiro a setembro de 2012, foram colocadas no entreposto 263,5 toneladas de mamão procedentes das lavouras de Pirapora. O volume é 60% superior ao registrado em idêntico período de 2011.
Já a empresa Brasnica, com sede em Janaúba, também no Norte de Minas, estima para este ano uma colheita de 200 toneladas das variedades papaia e formosa.
“Contamos com produção própria e de terceiros, e a esses fornecedores oferecemos condições para agregarem valor ao mamão de suas propriedades, colocando inclusive à sua disposição embaladores que trabalham conforme a exigência do mercado”. A explicação é de Robson Versiani Sindeaux, responsável pelo Setor de Comercialização de Mamão da indústria.
O produto tem alcançado na lavoura uma cotação de no mínimo R$ 0,45 o quilo e, em muitos casos, atinge R$ 1,20 o quilo, acrescenta o executivo. Segundo Sindeaux, o mamão da Brasnica, para consumo in natura, é oferecido também por meio das unidades da empresa localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Uberlândia e Belo Horizonte. Ele acrescenta que cerca de 7% da produção é destinada a indústrias de doces do Rio de Janeiro.
“Os contratos com as fábricas de doces garantem bom reforço à receita da Brasnica e têm foco na qualidade do fruto destinado à transformação, enquanto o mercado para consumo in natura faz questão da aparência do produto”, finaliza o executivo.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura