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Em janeiro deste ano, a Unidade de Proteção de Cultivos da BASF e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, com apoio da Fundação Espaço ECO (FEE), anunciaram que neutralizariam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) oriundas do desfile de carnaval em 2013, que teve patrocínio da empresa e foi a vencedora do campeonato deste ano.
Desde então foram analisadas as informações relativas às emissões de gases causadores de efeito estufa advindas da produção de fantasias, carros alegóricos e atividades nos barracões (incluindo mão de obra), além do transporte dos carros alegóricos e integrantes da Escola entre a Marquês de Sapucaí, a Cidade do Samba e alguns pontos da cidade do Rio de Janeiro. O estudo contemplou também emissões dos ensaios técnicos realizados pela Escola. As análises compreendem, dessa forma, desde o início das atividades de preparação (ainda em 2012) até a realização do desfile em fevereiro de 2013.
Após quatro meses de compilação de todos os dados, a FEE e a BASF chegaram aos números de compensação: foram emitidas 1.054,74 toneladas de Dióxido de Carbono equivalente. Para efeito de comparação, este número é o equivalente às emissões de um caminhão de 14 toneladas dando cerca de 20 voltas completas na circunferência da Terra ou ainda 930 viagens de ida e volta entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (pouco mais de 800 km) feitas por um caminhão com as mesmas características.
Para a neutralização da emissão destes gases é necessário plantar e monitorar o crescimento de mais de 6.000 árvores. A BASF, no entanto, realizará o plantio de 7.000 mudas, o equivalente a 4,2 hectares ou mesmo quatro campos de futebol, das quais 6.668 mil serão plantadas na Fazenda Santa Irene, propriedade cooperada da Coopercitrus e que pertence à Fundação Abílio Alvez Marques, localizada no município de Bebedouro (SP) - o plantio está previsto para começar em outubro próximo, quando tem início o período de chuvas na região. As mudas de árvore restantes serão plantadas nas propriedades dos agricultores convidados pela empresa para participar do carnaval 2013. Para esse plantio, serão utilizadas árvores de 80 espécies diferentes do Bioma Mata Atlântica em cada hectare. Toda a atividade será realizada como parte do já existente Programa de Adequação e Educação Ambiental Mata Viva, coordenado pela FEE.
Além de toda a neutralização, o estudo propõe ainda melhorias futuras nos processos de produção do carnaval à Escola de Samba, que poderão ser exercidas nos preparativos para o desfile de 2014 da Vila Isabel. Exemplos apontados nesse sentido referem-se à utilização de combustíveis e a importação de matérias-primas: uma possível troca de diesel por biodiesel nos geradores de energia da quadra da Escola e no Barracão na Cidade do Samba, bem como nos veículos responsáveis pelo trânsito de carros alegóricos pode reduzir cerca de 9% das emissões de GEE. Já a substituição de materiais utilizados na confecção de adereços e alegorias pode proporcionar uma redução de quase 19% dos mesmos gases, considerando a China como uma das principais fornecedoras de matérias-primas. “A matriz energética chinesa está baseada, principalmente, em carvão e gás, que são fontes de energia que geram mais GEE. Já a matriz brasileira está baseada em recursos hídricos, biomassa e etanol, ou seja, fontes renováveis e mais limpas”, argumenta Roberto Araújo, diretor presidente da FEE.
Todo estudo foi baseado nas metodologias da ISO 14.040, recomendadas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) sobre efeito estufa, nas quais são avaliados os impactos diretos e indiretos e parte do ciclo de vida dos produtos. Este método avalia aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto ou serviço, compreendendo etapas que vão desde a retirada de suas matérias-primas da natureza, passando pelo processo produtivo até a disposição final do produto, que também é conhecida como análise “do berço ao túmulo”.
“O plantio de mudas responsáveis pela neutralização do Dióxido de Carbono equivalente será realizado em uma área de um signatário do Programa de Adequação e Educação Ambiental Mata Viva, ou seja, em um parceiro que já têm uma preocupação com a sustentabilidade”, afirma Maurício Russomanno, vice-presidente da Unidade da Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil. Além do plantio, a neutralização compreenderá a manutenção e o monitoramento das áreas plantadas por dois anos.
Programa Escola Ecoeficiente na comunidade de Vila Isabel
A comunidade de Vila Isabel também será contemplada com ações de educação ambiental. Isso porque a partir de primeiro semestre de 2014 uma escola pública do entorno deverá receber o projeto Escola Ecoeficiente, também gerenciado pela FEE, na forma de uma iniciativa piloto nesse local. O programa é realizado por meio do engajamento da comunidade escolar, que deverá trabalhar conceitos de ecoeficiência e disseminá-los nas residências dos alunos, utilizando-se de teorias e práticas pedagógicas.
A metodologia utilizada destina-se a estudantes do 6o ao 9o anos do Ensino Fundamental, que poderão realizar atividades práticas, entre elas duas medições de ecoeficiência em suas residências e na escola. Também participarão de atividades em sala de aula, com a finalidade de compreender o conceito de ecoeficiência e aprender como aplicá-lo no dia a dia. Na segunda etapa da medição, se avaliará se os conhecimentos transmitidos foram absorvidos pelos jovens. Após análise do resultados alcançados com o programa piloto a ideia é replicá-lo em outras escolas da região da Vila Isabel e da capital fluminense.
O presidente da Vila Isabel, Wilson Alves, comenta que toda a ação deverá despertar na comunidade o interesse por questão ligadas à sustentabilidade. “A iniciativa contribuirá para a formação dos jovens, que poderão levar os conhecimentos adquiridos para seus familiares e amigos, ou seja, a ação vai extrapolar as dimensões da Escola, gerando uma noção de pertencimento dos alunos com o próprio espaço” pondera o presidente da agremiação.
O programa contará ainda com a participação ativa dos diretores, professores e demais funcionários das escola envolvida, com duração estimada de um semestre.
“Nosso objetivo com esta ação é estimular uma nova atitude na comunidade acerca de temas relacionados à sustentabilidade. O projeto contribuirá para uma maior conscientização ambiental dos alunos que, esperamos, será refletida em medidas práticas tanto em suas casas quanto na escola”, finaliza Maurício Russomanno.
Sobre o Programa Mata Viva
O Programa Mata Viva é realizado com organizações ligadas à atividade agrícola em importantes regiões produtoras do País. Nestes locais são desenvolvidas ações de adequação e educação ambiental junto a produtores e comunidades rurais. Os esforços de recuperação e restauração de áreas de preservação permanente (APP) e o plantio de mudas, contemplam a identificação, o mapeamento e a elaboração de diagnósticos das propriedades, auxiliando os produtores rurais no cumprimento da legislação e contribuindo para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e dos serviços ecossistêmicos que estas matas proporcionam. O programa já tem áreas de plantio nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, nos quais estão contemplados os biomas de Mata Atlântica e Cerrado.
Este ano o programa alcançou a marca de um milhão de mudas plantadas e já promoveu a restauração de 518 hectares, o diagnóstico de mais de 42 mil hectares de área em 144 propriedades rurais brasileiras, divididas em 75 municípios.
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