Luto: morre pesquisador Antônio Carlos Pimentel Wutke

Ele foi pesquisador do IAC

22.01.2025 | 14:34 (UTC -3)
Marcelo Nadalon, edição Revista Cultivar

Foi sepultado em Campinas, interior de São Paulo, o corpo do engenheiro agrônomo aposentado Antônio Carlos Pimentel Wutke. O pesquisador científico morreu no domingo (19), aos 94 anos de idade, em decorrência de uma pneumonia bacteriana.  

Nascido em Campinas, em 15 de setembro de 1930, era formado em Engenharia Agronômica desde 1955, pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP). Iniciou suas atividades profissionais como assistente rural na Associação de Crédito e Assistência Rural em Divinópolis, Minas Gerais, ingressando na pesquisa agronômica no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), como bolsista do CNPq, em julho de 1957. Foi posteriormente admitido na Seção de Fertilidade do Solo desse Instituto em junho de 1958, sendo efetivado como pesquisador científico, nessa mesma instituição, em dezembro de 1977. 

Considerado referência em fertilidade de solo e nutrição de plantas no Brasil, o pesquisador atuou no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no qual desenvolveu estudos sobre diferentes culturas, como algodão, batatinha, café, cana-de-açucar e soja. Mas foi no cultivo da cana-de-açúcar que se tornou uma das principais autoridades no Brasil.   

Wutke, juntamente com outros pesquisadores, principalmente Raphael Alvarez, é autor de artigos sobre os efeitos positivos da aplicação de diferentes doses de nitrogênio, fósforo e potássio, conjuntamente à utilização de calcário e ao cultivo de leguminosas, na produtividade da cultura de cana-de açúcar. Ele também investigou e descobriu que escórias de siderurgia eram eficientes para a correção de acidez do solo no Vale do Paraíba.  

Além das contribuições para a produção de alimentos, Wutke foi um dos incentivadores, junto com outros cientistas, da criação da carreira de pesquisador científico no Estado de São Paulo, ocorrida em 1975. No mesmo ano, contribuiu ativamente para a criação da Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI), responsável pela avaliação da atividade científica e técnica dos pesquisadores ligados à administração direta, que atuam nos Institutos Públicos de São Paulo, da qual foi presidente, em 1981.  

Ele também foi presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) entre os anos de 1994 e 1996 e membro atuante da associação.   

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